sexta-feira, 23 de julho de 2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A TL agindo! Deus me livre!!

Uma missa, não pode ser assim, nem os ritos ortodoxos africanos são assim, e este é um ritual romano. Parece com Roma né?

Missa Afro

Missa Afro

quarta-feira, 21 de julho de 2010

São Pio X





 

Há um século subia ao Trono pontifício um Papa santo. Em 4 de agosto de 1903, o Cardeal Giuseppe Sarto foi eleito para o Sumo Pontificado, como sucessor de São Pedro, sendo coroado a 9 do mesmo mês. São Pio X, um dos maiores Pontífices de todos os tempos, foi o único Papa canonizado no século XX. 

Nos primórdios do século XX, no mundo inteiro pipocavam revoluções de cunho anarquista, visando abalar as últimas colunas que restavam da Civilização Cristã.
E na Santa Igreja a situação não era menos grave. Verdadeiras heresias, infiltradas nos meios católicos, minavam os fundamentos da Igreja duas vezes milenar. Compelida a combater os inimigos externos, a Igreja estava sendo corroída também por inimigos internos, principalmente pela conspiração organizada pelo movimento então denominado modernista — precursor do progressismo católico de nossos dias.
Nessa terrificante encruzilhada, morre o Papa Leão XIII, a 20 de julho de 1903.
Urgia, em vista desse quadro, o aparecimento de um providencial defensor da Igreja e da Cristandade. A Divina Providência suscitou então um Papa Santo, dotado de extraordinária grandeza de alma.
Eleição e coroação de São Pio X
Papa São Pio X
Transcorridos os 11 dias de orações, prescritos para sufrágio da alma do Papa Leão XIII, recém-falecido, os cardeais da Santa Igreja (em número de 62, na época) iniciaram o Conclave — reunião do Colégio cardinalício com o objetivo de eleger o novo Papa. 
Os primeiros escrutínios indicavam a escolha do Cardeal Rampolla — que fora colaborador direto de Leão XIII. Mas no dia 1º de agosto foi comunicado aos cardeais, no Conclave, o veto do Imperador da Áustria, Francisco José. Veto que, segundo uma tradição, poderia ser exercido pelo Imperador austríaco.
Devido a isso, o Cardeal Giuseppe Sarto, de Veneza, passou a ser o preferido. Entretanto, num exercício de autêntica humildade, pedia aos cardeais que nele não votassem. Mas ele era o escolhido também pela Divina Providência. No sétimo turno da votação, o Cardeal Sarto, por insistência de vários de seus pares no Sacro Colégio, acabou aceitando(1) e foi eleito o 259º sucessor de São Pedro, por 50 votos a seu favor, no dia 4 de agosto de 1903.
 O Cardeal Sarto, de cabeça baixa, ouviu o resultado do sufrágio. Segundo o costume, aproximou-se dele o Cardeal Decano e perguntou-lhe se aceitaria ou não a eleição à Sede Pontifícia.
Com os olhos banhados em lágrimas, e a exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo, respondeu: “Se não for possível afastar de mim esse cálice, que se faça a vontade de Deus. Aceito o Pontificado como uma cruz”.(2)
Após cinco dias, teve lugar a grandiosa cerimônia de coroação do sucessor de São Pedro, para a glória da Santa Igreja.
Magníficas obras pela restauração da Cristandade
O Cardeal Sarto deixa Veneza rumo ao Conclave, onde será eleito Papa
O glorioso, árduo e fecundo pontificado desse Vigário de Cristo durou 11 anos. Nesse período, foram lançados mais de 3.000 documentos oficiais, com o objetivo de Instaurare omnia in Christo — conforme seu lema. E tem estreita analogia com esta sua afirmação: “Se alguém pedir uma palavra de ordem, sempre daremos esta e não outra: Restaurar todas as coisas em Cristo”.(3)
Nesse sentido de restaurar todas as coisas em Cristo, foram numerosas e admiráveis as obras empreendidas pelo Santo Pontífice para defender a Civilização Cristã gravemente ameaçada.
Em seu esplêndido livro de memórias, o Cardeal Merry del Val, Secretário de Estado de São Pio X, enumera de passagem algumas dessas obras:
“A reforma da Cúria Romana; a fundação do Instituto Bíblico; a construção de seminários centrais e a promulgação de leis para a melhor disciplina do clero; a nova disciplina referente à primeira comunhão e à comunhão freqüente; o restabelecimento da música sacra; a vigorosa resistência movida contra os fatais erros do chamado modernismo e a corajosa defesa da liberdade da Igreja na França, Alemanha, Portugal, Rússia e outros países, sem aludir a outros atos de governo, justificam certamente que Pio X tenha sido destacado como um grande Pontífice e um diretor humano excepcional. Posso testemunhar que todo esse enorme trabalho foi devido principalmente e — muitas vezes — exclusivamente à sua própria idéia e iniciativa. A História haverá de proclamá-lo como algo mais que um Papa cuja bondade ninguém seria capaz de discutir.
Os limites que me impus ao traçar estas breves Memórias me impedem de entrar a fundo no estudo das diversas e importantes questões a que mais acima me referi; mas há uma delas cuja importância creio merecer especial atenção neste curto relato, e esta é a compilação do novo Código de Direito Canônico”.(4)
*     *     *
O Cardeal, fidelíssimo Secretário de Estado de São Pio X, passa a narrar o intenso trabalho do Santo Padre para reorganizar e aprimorar o novo Código, uma vez que o anterior era um emaranhando confuso, uma legislação que se prestava a diversas interpretações. Foram 11 anos de trabalho quase ininterrupto, mas ao cabo dos quais a admirável codificação ficou praticamente pronta nos últimos dias de São Pio X, em 1914. Seu sucessor, Bento XV, rendeu-lhe uma merecida homenagem, promulgando o novo Código elaborado por seu augusto predecessor.
Mansidão do cordeiro, força do leão
Uma palavra a respeito de uma característica em que se destacou no mais alto grau São Pio X: sua extrema bondade, ao lado de uma indomável energia. Sobre isso, nada melhor que darmos a palavra a quem o conheceu mais de perto, e devotadamente o serviu por 11 anos — seu próprio Secretário de Estado, o Cardeal Merry del Val:
“Seria um grande erro crer que esta característica [a bondade] tão atraente de Pio X o retratasse plenamente ou resumisse seus dotes e qualidades; nada mais longe da verdade. Ao lado dessa bondade, e de modo feliz combinada com a ternura de seu coração paternal, possuía uma indomável energia de caráter e uma força de vontade que podiam testemunhar, sem vacilação, os que realmente o conheceram, embora em mais de uma ocasião surpreendesse, e até causasse estranheza àqueles que somente haviam tido ocasião de experimentar sua delicadeza e reserva habituais.
Mantinha um absoluto senhorio de si e dominava os impulsos de seu ardente temperamento. Não vacilava em ceder em assuntos que não considerava essenciais, e até estava disposto a considerar e aceitar a opinião de outros se isso não implicasse em risco para algum princípio; mas não havia nele nenhuma debilidade.
Quando surgia alguma questão na qual se fazia necessário definir e manter os direitos e liberdade da Igreja, quando a pureza e integridade da verdade católica requeriam afirmação e defesa, ou era preciso sustentar a disciplina eclesiástica contra o relaxamento ou influência mundanas, Pio X revelava então toda a força e energia de seu caráter e o intrépido valor de um grande Pontífice consciente da responsabilidade de seu sagrado ministério e dos deveres que julgava ter que cumprir a todo custo.
Era inútil, em tais ocasiões, que alguém tratasse de dobrar sua constância; toda tentativa de intimidá-lo com ameaças, ou de afagá-lo com sedutores pretextos ou recursos meramente sentimentais, estava condenada ao fracasso”.(5)  A conjuração do movimento modernista
Esse santo varão, que derramava copiosas lágrimas considerando a paixão da Santa Igreja, era entretanto de uma severidade ímpar contra o mal. Depois de esgotar todos os recursos ao seu alcance para levar alguém à conversão, severamente condenava. Estava sempre disposto a perdoar, por assim dizer, maternalmente. Mas se a pessoa persistisse no erro e, pior, procurasse contaminar outros com seus desvios, o Santo Papa a reprovava energicamente. Foi o que ocorreu quando condenou o movimento modernista — “síntese de todas as heresias”, conforme o definiu —, que se infiltrara sub-repticiamente nas próprias fileiras católicas, com a finalidade de modernizar, adaptar e deturpar inteiramente o ensinamento tradicional da Igreja.
Assim, o Santo Padre lançou várias advertências aos mentores desse movimento, os quais não as levaram em consideração, pois se obstinavam no mal e procuravam corromper outros membros da Igreja e até mesmo da alta Hierarquia eclesiástica. Publicou então sua estupenda Encíclica Pascendi Dominici Gregis, de 8 de setembro de 1907, fulminando o modernismo [Ver quadro ao lado]. Tal documento completava a condenação já expressa no Decreto Lamentabili Sane Exitu, de 3 de julho do mesmo ano.
O neomodernismo de nossos tempos
Como se pôde observar, vem de há muito a tentativa de infiltração no interior da Santa Igreja, por parte de inimigos velados ou declarados, a fim de “modernizar”, adaptar aos novos tempos e adulterar o Magistério tradicional e infalível da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.
Peçamos ao ínclito Papa São Pio X o discernimento, a argúcia, a energia e a combatividade que ele teve ao enfrentar destemidamente as raízes dos erros que, em nossos dias, professa o chamado progressismo católico, continuador do modernismo de sua época.
São Pio X condena o modernismo
Os mais perigosos inimigos da Igreja
“Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja. Estes, em verdade, como dissemos, não já fora, mas dentro da Igreja, tramam seus perniciosos desígnios; e por isto, é por assim dizer nas próprias veias e entranhas dela que se acha o perigo, tanto mais ruinoso quanto mais intimamente eles a conhecem. Além de que, não sobre as ramagens e os brotos, mas sobre as mesmas raízes, que são a Fé e suas fibras mais vitais, é que meneiam eles o machado. Batida pois esta raiz da imortalidade, continuam a derramar o vírus por toda a árvore, de sorte que coisa alguma poupam da verdade católica, nenhuma verdade há que não intentem contaminar. E ainda vão mais longe; pois, pondo em obra o sem número de seus maléficos ardis, não há quem os vença em manhas e astúcias, porquanto fazem promiscuamente o papel ora de racionalistas, ora de católicos, e isto com tal dissimulação, que arrastam sem dificuldade ao erro qualquer incauto; e sendo ousados como os que mais o são, não há conseqüências de que se amedrontem e que não aceitem com obstinação e sem escrúpulos (nº 3) [...].
Já não se trata aqui do velho erro, que à natureza humana atribuía um quase direito à ordem sobrenatural. Vai-se muito mais longe ainda; chega-se até a afirmar [na doutrina modernista] que a nossa santíssima religião, no homem Jesus Cristo assim como em nós, é fruto inteiramente da natureza. Nada pode vir mais a propósito para dar cabo de toda ordem sobrenatural” (nº 10). (Encíclica de São Pio X sobre as Doutrinas Modernistas, Pascendi Dominici Gregis, de 8-9-1907, Editora Vozes Ltda, Petrópolis, 1948, pp. 4-5; 10-11).  
Notas:
 1 Na contracapa da edição de julho de Catolicismo, vem descrito o papel fundamental representado pelo então Mons. Merry del Val (depois Cardeal) para convencer o Cardeal Sarto a aceitar o resultado da eleição.
2 P. Girolamo Dal-Gal, Pio X il Papa Santo, Libreria Editrice Fiorentina, Firenze, 1940, p. 135.
3 Op. cit., p. 133.
4 Cardeal Rafael Merry del Val, Memorias del Papa Pio X, Sociedad de Educación Atenas, S.A., Madrid, 1946, pp. 103-105.
5 Op. cit., pp. 45-46.
Artigo oferecido pela Revista Catolicismo

Fonte: Lepanto  

sábado, 17 de julho de 2010

Ganancias obtenidas con el Sacrificio de la Misa. TESORO DE LAS GRANDES UTILIDADES QUE SE GANA EN CELEBRAR Y OÍR MISA TRADICIONAL

Por eso, según los grandes santos y doctores de la Iglesia, son numerosísimas las utilidades y beneficios que, gana aquel que asiste a la Misa de siempre, la Misa Tradicional, y las que gana aquel sacerdote que la celebra.
Menos mal que el Papa Benedicto XVI ha indicado que jamás estuvo prohibida la Misa Tradicional; eso hará que algunos que se alejaron de la Iglesia vean que las “misas” a las que les llevaban de pequeños no son las misas a las que iban sus abuelos.
La Misa Tradicional o "forma EXTRA-ordinaria es la Misa con que se santificaron TODOS los santos de la historia
Estas utilidades, por supuesto, no las gana quien asiste a esa “misa” inventada tras el Concilio Vaticano II, ya que tal “misa” (hoy extendida por doquier y en lengua vulgar), no es a la que ellos asistían, sino que es una “misa” inventada por humanos y no la establecida por Dios, que es la de Jesucristo.
Mendo Crisóstomo

A defesa da família, da tradição e da propriedade, não morreu !!!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Fico triste...

Me perdoem, mas leiam este desabafo. Por-favor.

 Fico triste quando vejo a juventude caminhando para um abismo sem fim , vivem como animais, não se importam com seus pais, ou ás vezes, os pais não se importam com seus filhos.

 Mas sou grato à Deus pela família que Ele em sua grande sabedoria me deu. Mesmo sendo eu um traste um ingrato a esse Deus tão bom e misericordioso!

 Oh meu Deus como partem meu coração, ao ver as nova modas da juventude... Tinhamos tudo para evoluir-mos mas queremos voltar a sermos selvagens, com o amor livre, com palavras imorais, piadas imorais. E o pior eles se acham os tais, não dão a minima a áquEle que sofreu e sofre por nós, por aquEla Mãe santíssima que também sofreu e sofre por nós. Ninguém quer saber da vida eterna. Fico triste com minha geração... Com a geração de políticos cada vez mais arrogantes, corruptos e laicos.

*Fico mais triste pelos protestantes que negam e odeiam nossa Mãe... Maria Santíssima, aquEla que "No céu, dá ordens aos anjos e aos bem-aventurados. Para recompensar sua profunda humildade, Deus lhe deu o poder e a missão de povoar de santos os tronos vazios, que os anjos apóstatas abandonaram e perderam por orgulho. E a vontade do Altíssimo, que exalta os humildes."(Lc 1,52)


A humanidade, se esqueceu e esquece mais aínda aquEle que nos Salvou e aquEle que nos criou.

kyrie eleison!


O erotismo que invade nossos lares atrvéz da internet, da tv, de vídeo games e até em revistas em quadrinhos. Já esta ficando insuportável tais aparições. Bandas de "rock" femininas, chamadas de modas TEEN, tem a finalidade da erotização da mulher desde pequenina e formar na cabeça dos meninos que as mulheres são objetos de sexualidade. Mesmo os Justin Biber e por ai, vão, parecem inocentes mas destroem as mentes da meninas...

A moda do "ficar" então... hum... esta destruiu o namoro, destruiu a dignidade, o amor e o pudor.

Nossa Senhora do carmo, não deixe satanás vencer! Por favor lhe imploramos a vitória de Cristo Rei! E perdoei as nossas dívidas para com Deus Nosso Senhor!

Escrito por : Renato Seixas Bianchini Júnior, 18 anos de São Fidélis,RJ.

Virgem do Carmelo, rogai por nós!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Senado argentino aprova casamento gay

Aprovem um casamento do homem com um burro também!! Vergonha Nacional na Aegentina, rezemos para que o Brasil não se torne assim como a Argentina uma Sodoma!
Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós e destrua o PNDH-3

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Há, sim, uma ruptura, que é urgente sanar.

Bento XVI, Pio XII e o Vaticano II : o cardeal Ratzinger prefaciou a obra de Mons. Klaus Gamber La Réforme Liturgique en question (Édition Sainte-Madeleine, 1992). Ratzinger diz que a reforma litúrgica foi uma devastação, sustentando assim a tese do autor que diz que a reforma litúrgica de Paulo VI foi mais radical que a de Lutero. Como se vê, é muito dificultoso, para não dizer impossível, pretender que o VII não ofereça nenhum problema de interpretação dos seus documentos ou simplesmente pretender que todos seus ensinamentos estão na linha da tradição. Há, sim, uma ruptura, que é urgente sanar.

 


http://3.bp.blogspot.com/_l8DKOk_Hh5o/SbV_ooid6-I/AAAAAAAAAUg/0XslhM8D5kM/s400/Pius12-full.jpg

Padre João Batista de Almeida Prado Ferraz Costa

Na linha da hermenêutica da continuidade, Bento XVI declarou que uma das fontes mais importantes do Vaticano II é o magistério de Pio XII. Disse que, depois da Sagrada Escritura, os textos mais citados pelos padres conciliares são os documentos do papa Pacelli.  É muito louvável o empenho de Bento XVI de promover uma leitura do Vaticano II à luz da tradição, desautorizando assim aqueles que pretendem transformar o Vaticano II no marco inaugural de uma nova Igreja Católica, um “super-concílio” criado ex nihilo.
ando todos do único pão.(9)
No entanto, é preciso reconhecer que o Vaticano II apresenta sérias dificuldades para ser interpretado na linha de continuidade do magistério da Igreja, ainda que se admita um desenvolvimento orgânico na vida eclesiástica. A Igreja está na história, mas sua doutrina não pertence à história e sim ao Verbo Eterno. Com efeito, como diz Romano Amério em Stat Veritas, ao que vem depois compete demonstrar sua continuidade com o precedente. E para tanto, não bastam citações de autores antigos. Os protestantes e os jansenistas citam, em tom elogioso, a Santo Agostinho. Todavia, seria grosseiro equívoco dizer que pertencem à mesma estirpe doutrinária de Santo Agostinho. Apenas o citam para corromper-lhe o pensamento ou para se cobrirem com o prestigio de um autor universalmente acatado.
Quanto ao Vaticano II, são conhecidas as lutas internas, os episódios dramáticos dos embates entre os padres fiéis à tradição da Igreja e os inovadores. Estes, depois de fulminados por São Pio X, passaram a viver homiziados à espera de uma ocasião oportuna para dar um golpe e revolucionar a Igreja. Em 1923, Pio XI pensou em convocar um concílio que pudesse concluir os trabalhos do Vaticano I, suspenso em 1870, em virtude de problemas políticos. Foi desaconselhado pelo cardeal Billot que lhe disse:
Eis a razão mais grave, aquela que me parece militar absolutamente contra a convocação.
A retomada do Concílio é desejada pelos piores inimigos da Igreja, isto é, os modernistas, que já se apressam – como o atestam os indícios mais certos – a aproveitar os estados gerais da Igreja para fazer a revolução, o novo 1789, objeto dos seus sonhos e esperanças.
Inútil dizer que não o conseguirão, mas veremos dias tão tristes como os do final do pontificado de Leão XIII e do início de  Pio X; veremos coisa ainda pior, e seria a destruição dos bons frutos da encíclica Pascendi que os reduzira ao silêncio.

Mas, enfim, por um desígnio insondável da Providência, o concílio realizou-se. Os seus frutos não são os melhores. Os próprios entusiastas do Vaticano II reconhecem que a situação da Igreja, após o VII, não é brilhante. Há problemas de toda ordem. Reina uma confusão enorme entre os católicos, a corrupção doutrinal é espantosa. Paulo VI chegou a falar em auto-demolição da Igreja  e na penetração da fumaça de Satanás no templo de Deus.
Quanto à existência de uma crise na Igreja após o concilio há um testemunho concorde e unânime dos católicos dotados de um mínimo senso critico. O problema está em estabelecer uma relação de causa e efeito entre a crise e o próprio VII. Alguns chegam a admitir que a crise resulta de um espírito revolucionário dos anos Sessenta que invadiu toda a sociedade, inclusive a Igreja. O problema não estaria no próprio concilio. Nas atas conciliares não haveria nenhum problema, nada que justificasse uma reviravolta na vida da Igreja, nenhuma concessão à heresia, ao espírito mundano anti-católico.
Ora, isto não corresponde à verdade dos fatos. Está solidamente documentado que durante o Concílio houve uma tentativa de harmonizar correntes teológicas antagônicas, um esforço de operar uma síntese que lançasse a Igreja a um patamar mais alto, permitindo-lhe descortinar novos horizontes para a humanidade. Esse problema nos levaria longe demais, porque envolve toda a questão do humanismo de Maritain e da negação da ordem sobrenatural na obra de de Henri de Lubac e karl Rahner. A questão merece estudo mais aprofundado e  excede o objetivo deste modesto artigo.
O famoso livro O Reno se lança no Tibre do padre Ralph Wiltgen SVD (Editora Permanência, Rio de Janeiro, 2007) faz uma reportagem interessante dos momentos críticos do VII, quando, em face de um confronto doutrinário, optava-se por uma solução de compromisso mediante a redação de textos ambíguos. Wiltgen cita o dominicano holandês Schillebeeckx que disse: “A maioria tinha recorrido a uma terminologia deliberadamente vaga  e excessivamente diplomática e o próprio padre Congar tinha bem cedo protestado contra a redação deliberadamente ambígua de um texto conciliar.” (o.c. p. 245)
Um concílio que não lança anátemas, não define pontos doutrinários, é algo inédito na história da Igreja. Um concílio que tenta ignorar o principio de não contradição para formular uma teologia à maneira hegeliana não pode prosperar. Se chegasse a uma síntese resultante de um compromisso de todos os envolvidos em tal concilio, essa síntese seria uma ruína geral.
Portanto, não causa admiração que o VII cite com profusão o magistério de Pio XII. Isto, porém, não significa que o VII esteja na linha de continuidade do magistério do grande papa. Com efeito, Pio XII na Mystici Corporis, aprofundando a doutrina perene dos papas sobre a constituição da Igreja, sobretudo a Satis Cognitum de Leão XIII, diz: “Afastam-se da verdade divina aqueles que imaginam a Igreja como se não pudesse ser alcançada nem vista, como se fosse uma coisa “pneumática” (como de fato o dizem), pela qual muitas comunidades de cristãos, se bem que separados entre si pela fé, todavia seriam entre si unidos por um vínculo invisível.”
Ora, é fato irrefragável  que a Lumen Gentium atenta contra essa doutrina com sua tristemente célebre expressão subsistit e seus desdobramentos no campo da “política ecumênica” pós-conciliar, tais como os jargões “comunhão imperfeita entre as igrejas irmãs” Que significa isso? Para onde nos querem conduzir?
Igualmente, Pio XII reitera solenemente na encíclica Divino Afflante Spiritu, de 30 de setembro de 1943, a doutrina tradicional da Igreja sobre a inerrância absoluta da Sagrada Escritura como decorrência necessária da sua inspiração divina. Ao contrário, o VII  se exprime em termos dúbios a respeito e o Catecismo pós-conciliar  categórico ao reduzir a inerrância bíblica à verdade salvífca. (Cf. CIC nº 136).
Outrossim, o Santo Oficio, sob o pontificado de Pio XII, condenou a doutrina que equipara os fins do matrimônio: o auxílio mútuo não se subordinaria ao fim primário, o bem da prole (Cf. DS. Nº 3838). Ao contrário, a Gaudium et Spes  do VII ignora essa hierarquia  de fins. O Código de Direito Canônico de 1917, no cânon 1013, era claríssimo nessa matéria. O novo Código, de 1983, no cânon 1055, diz simplesmente que o matrimônio está ordenado ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole.
As conseqüências de todas essa inovações doutrinárias, de todas essas reformas, são desastrosas e estão aí para quem quiser ver. A grande maioria dos católicos hoje são ecumenistas radicais, irenistas ou quase sincretistas. Dizem com todas as letras, com a consciência tranqüila, que todas as religiões são boas. Que “o importante é o amor”. Que o importante é que haja paz para que a gente tenha vida boa aqui na terra. No campo da moral familiar, o que existe é um verdadeiro escândalo, consentido e apoiado por grande parcela do clero e do episcopado. Diz-se abertamente que se pode evitar filho por qualquer meio. A família católica tradicional está praticamente liquidada. É uma vergonha o que se vê!
Na verdade, esta questão é perfeitamente esclarecida pela desolação litúrgica vivida pela Igreja após o VII. A liturgia é a expressão da doutrina da fé. Ela não pode sofrer dilacerações, rupturas sem que o dogma seja ferido. A doutrina não pode ser alterada sem que a liturgia seja desfigurada. Após a reforma litúrgica o cardeal Benelli, de Florença, declarou que a missa tradicional não podia ser autorizada porque ela traduzia uma eclesiologia ultrapassada. Quer dizer, a Igreja da democracia e da colegialidade, na qual se obscurece o sacerdócio hierárquico e se corrói a autoridade suprema do Vigário de Cristo, é incompatível com a liturgia tradicional que se opõe a essas heresias.
Ora, o cardeal Ratzinger prefaciou a obra de Mons. Klaus Gamber La Réforme Liturgique en question (Édition Sainte-Madeleine, 1992). Ratzinger diz que a reforma litúrgica foi uma devastação, sustentando assim a tese do autor que diz que a reforma litúrgica de Paulo  VI foi mais radical que a de Lutero.
Como se vê, é muito dificultoso, para não dizer impossível, pretender que o VII não ofereça nenhum problema de interpretação dos seus documentos ou simplesmente pretender que todos seus ensinamentos estão na linha da tradição. Há, sim, uma ruptura, que é urgente sanar. Como fazê-lo? Roma tem sabedoria milenar e a assistência do Espírito Santo para encontrar a forma adequada. Confiando ao Instituto do Bom Pastor a missão de fazer uma crítica construtiva ao VII, a Santa Sé admite a existência do problema e dá um passo importante na busca de um remédio. No momento, basta verificar que o VII é um concílio atípico.
Ademais, todo o espírito pós-conciliar é completamente oposto ao espírito de Pio XII. João Paulo II, por ocasião do Jubileu do Ano 2000, promoveu aquele infeliz e controvertido pedido de perdão por supostos pecados cometidos pelos filhos da Igreja que lhe teriam desfigurado o rosto. Denegriu assim a história da Igreja. Consta que o cardeal Ratzinger foi contra esse pedido de perdão. Pio XII, ao contrário, lamentava: “Ouço em torno de mim inovadores que querem desmantelar a Sagrada Capela, destruir a flâmula universal da Igreja, rejeitar seus ornamentos, dar-lhe remorsos de seu passado histórico. Eu, meu caro amigo, tenho a convicção de que a Igreja de Pedro deve assumir seu passado ou ela cavará a sua sepultura.”
Pio XII, como bem o reconheceu o papa Bento XVI, foi, sem dúvida, um grande papa. Governou a Igreja em período de grande turbulência, não só durante a segunda guerra mundial, mas arrostou os desafios do pós-guerra, quando no mundo ocidental começava a acentuar-se a tendência laicista da sociedade contemporânea, de uma democracia atéia universal. Não cedeu um milímetro em matéria doutrinal, não negou um artigo do direito público eclesiástico. As várias concordatas assinadas pela Santa Sé em seu tempo são provas históricas da sua fidelidade. Além disso, salvou a Itália da ameaça comunista em 1946. Até hoje os católicos italianos recordam com grande veneração o trabalho de mobilização, verdadeira cruzada, contra o comunismo, encetada por Pio XII.
Seria uma bênção para toda a Igreja a elevação de Pio XII à honra dos altares. Eu mesmo, segundo testemunho de minha mãe, fui salvo quando bebê por sua intercessão. Uma asma fortíssima e renitente me deixou à beira da morte e minha mãe invocou o papa Eugênio Pacelli. Desde pequeno o cultuo privadamente como um santo.  Não é justo dizer que ele está para o VII assim como, por exemplo, um São Leão Magno, um São Gregório Magno, um São Bernardo de Claraval, um Santo Tomás de Aquino estão para  Trento ou para o  Vaticano I.

Coreia do Norte executa ex-ministro de Ferrovias por problemas com trens, diz agência

Males do Comunismo
FOLHA.COM

A Coreia do Norte executou o ex-ministro de Ferrovias Kim Yong-sam, no ano passado, por problemas em vários trens militares causados por funcionários, informou nesta quarta-feira a imprensa sul-coreana.
A agência de notícias Yonhap indicou que, segundo a emissora Radio Free Asia, com sede nos EUA e que conta com transmissões em coreano, Kim foi executado em março de 2009, após uma inspeção da Comissão Nacional de Defesa norte-coreana.
Na época, foi constatado que operários do ministério tinham arrancado metal dos vagões para vendê-lo. Os trens estavam em um depósito e seriam utilizados em tempos de guerra.
Kim foi responsável de Ferrovias do regime comunista durante uma década, entre 1998 e 2008.
Em março passado, a Coreia do Norte executou o ex-diretor de Finanças do Partido dos Trabalhadores Park Nam-gi pelo fracasso da reforma monetária realizada em novembro de 2009 --que levou a um forte aumento da inflação.
Segundo a mesma rádio, o ditador norte-coreano, Kim Jong-il, ordenou no último dia 2 de julho a eliminação das fotos e publicações dos executados.

Homem atira contra polícia na 3ª noite de distúrbios na Irlanda do Norte

Nacionalistas irlandeses atacam polícia 
antidistúrbio na Irlanda do
 Norte, na terceira noite de protestos

FOLHA.COM
Um homem atirou contra agentes da polícia na irlanda do Norte, em meio a terceira noite de distúrbios em Belfast, na Irlanda do Norte. Nenhum policial foi atingido pelos tiros.
O atirador teria como alvo câmeras de segurança instaladas em veículos blindados da polícia, utilizadas para identificar os responsáveis pelos distúrbios.
Os protestos e violência começaram na noite de domingo, quando jovens da minoria católica irlandesa foram às ruas protestar contra a parada anual da Marcha Laranja, representante da maioria protestante britânica. O evento inflama as tensões sectárias todos os anos e desta vez já deixa um saldo de 82 policiais feridos.

Liam Mc Burney/AP

Nacionalistas irlandeses atacam polícia antidistúrbio na Irlanda do Norte, na terceira noite de protestos
O reverendo Gary Donegan, proeminente padre católico da região de Ardoyne, centro dos confrontos, disse temer que o episódio esteja mais para a falta de controle dos país do que um movimento alimentado pelo IRA.
A maioria dos manifestantes tinha idade entre oito e 18 anos, segundo padre, que descreveu a cena como um parque temático da Disney para destruição. "Distúrbios para recreação é o termo", disse o reverendo.
Políticos dizem que os manifestantes, influenciados pelos dissidentes do IRA, o Exército Republicano Irlandês, tinham como objetivo ferir os policiais. Os grupos dissidentes do IRA investem nos últimos meses em ataques e emboscadas contra as forças de segurança, sem grande sucesso.
Brian Rea, presidente do comitê católico-protestante que supervisiona a ação da polícia no país, disse que os manifestantes queriam "causar distúrbios e infligir terror na polícia e na comunidade" e que são, em sua maioria, adolescentes.
Desde 1998, uma Comissão de Paradas criada pelos britânicos impõe restrições na rota a ser seguida pela marcha Laranja para evitar que os protestantes passem por distritos essencialmente católicos. Mesmo assim, as autoridades fracassaram em negociar alternativas para algumas das paradas e os distúrbios e confrontos são comuns.
A Ordem Laranja comemora o 12 de julho como o Glorioso Doze, um feriado oficial na Irlanda do Norte para lembrar o dia em que a comunidade protestante chegou ao local e estabeleceu moradia contra a vontade dos nativos católicos.
Em 12 de julho de 1690, as forças do rei protestante William de Orange derrotaram o Exército de seu destronado rival católico, James 2º, na Batalha de Boyne.
Os líderes do governo protestante-católico da Irlanda do Norte, Peter Robinson e Martin McGuinness, disseram que vão se reunir com o comandante da polícia Matt Baggott para discutir formas de acabar com a mobilização dos jovens.

Santuário de Fátima nega acusações de maus-tratos e abate ilegal de cães

Comunicado da Reitoria assegura que os animais recolhidos são entregues no canil municipal de Ourém

A Reitoria do Santuário de Fátima negou hoje, em comunicado, as acusações de “prática de maus-tratos e abate ilegal de cães”, praticados por funcionários do mesmo Santuário.
O documento admite “frequentes queixas sobre a presença de cães abandonados” dentro do recinto e adianta que “o Santuário de Fátima tem procedido à sua recolha, sendo eles posteriormente entregues no canil municipal de Ourém”.
Os responsáveis pelo Santuário, contudo, negam em absoluto quaisquer “ordens que contemplem maus-tratos ou abate dos animais”, assegurando que não tem conhecimento de “ocorrências dessa natureza”.
“As orientações dadas são no sentido de que tudo se faça em total sintonia com a legalidade e as instituições competentes nesta matéria”, esclarece o comunicado.
As acusações, indica a instituição, têm origem em “textos e fotografias profusamente divulgados na Internet”, incluindo a rede social Facebook.
A Reitoria “rejeita aquelas acusações e esclarece que as imagens publicadas que possam indiciar maus-tratos ou abate de cães não são reconhecidas como tendo sido fotografadas no Santuário de Fátima”.
Segundo o Santuário, o Núcleo de Protecção Ambiental do Destacamento da GNR de Tomar recebeu uma “Denúncia SOS Ambiente n.º 1505/10, em 12 de Maio de 2010, a informar que os cães recolhidos no Santuário de Fátima eram abatidos ilegalmente e maltratados”, em sequência da qual foi desenvolvido um processo de investigação.
Na sequência da investigação “não foram descobertos nenhuns animais mortos, indícios de maus-tratos ou actos que tipifiquem infracção”.

Fonte : Agência Ecclesia

domingo, 11 de julho de 2010

Crianças Bruxas: Acusadas em Nome de Jesus - legendado

Vejam a realidade esmagadora dessas imagens que retratam o teatro de horrores promovido pela teologia da prosperidade e pela praga neopentecostal !

ASSISTA CLIKANDO AQUI

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Há 50 anos nascia a TFP, a mais influente organização católica anticomunista do Ocidente


Nos primórdios de 1960, respirava-se no mundo uma aliciante atmosfera de otimismo.
Na passagem daquele ano, num brinde em Nova York, o primeiro-ministro soviético Nikita Kruschev — o mesmo que tinha iniciado o processo de "desestalinização" da Rússia — indicou que a União Soviética poderia desarmar-se unilateralmente, caso não conseguisse chegar a um acordo com o Ocidente. Apenas dois dias depois, a Orquestra Sinfônica Estatal de Moscou tornou-se o primeiro conjunto musical soviético a apresentar-se nos Estados Unidos.
Na Europa Ocidental, o Plano Marshall de reconstrução e de modernização do sistema produtivo alcançava seus plenos frutos, augurando um crescimento econômico sustentado e a estabilidade financeira. Em 19 de janeiro, os Estados Unidos e o Japão assinaram um tratado de cooperação mútua e de segurança, que encerra o capítulo asiático da Segunda Guerra Mundial. Dois meses mais tarde, o chanceler alemão Konrad Adenauer e o primeiro-ministro israelense Ben Gurion encontraram-se pela primeira vez em Nova York para discutir as relações germano-israelenses, encerrando o passado nazista da Alemanha.
Os Estados Unidos, manifestamente o pólo psicológico do mundo, encontravam-se no fim da era do baby boom, o espetacular crescimento demográfico iniciado logo após a vitória no conflito mundial. Na história da humanidade, talvez nenhuma outra geração tenha vindo ao mundo e crescido com maior saúde e riqueza. A perspectiva de um progresso ilimitado da humanidade era garantida por descobrimentos científicos e técnicos até então insuspeitados.
O sorriso distendido e comunicativo de John Kennedy (vencedor das eleições presidenciais do fim do ano), aliado ao charme de sua esposa Jacqueline, exprime a sensação de a humanidade estar se aproximando do happy end tão característico dos filmes de Hollywood, que inundavam as salas de projeção do mundo desenvolvido.
Toda a vida cultural respirava confiança e otimismo. O cineasta italiano Federico Fellini obteve no festival de Cannes a palma de ouro com seu filme A Dolce Vita, cujas cenas lúbricas e o próprio título resumem todas as esperanças de gozo hedonista da humanidade. O cantor Elvis Presley, terminado seu serviço militar, retomava sua meteórica carreira artística, impondo o ritmo desenfreado do rock-and-roll. Com base na nova lei sobre a moralidade, uma corte criminal de Londres sentenciou que a obra O amante de Lady Chatterley, de D.H. Lawrence, não é obscena. A aprovação da primeira pílula anticoncepcional pela agência americana de alimentos e drogas, em junho de 1960, derrubou a última barreira material à revolução sexual em gestação. Nos estaleiros de Saint-Nazaire, na França, foi lançado o France, maior transatlântico de luxo jamais construído.
O casamento da princesa Margareth com um plebeu simbolizava a abertura da mais tradicional das instituições civis do Ocidente — a monarquia britânica — para a democratização dos códigos sociais e dos costumes, mediante a qual almeja-se maior simplicidade e espontaneidade da vida.
Em nosso País, a inauguração de Brasília simbolizava o projetar-se de todo o continente sul-americano nas vias da urbanização, do desenvolvimentismo e da modernidade, dando as costas a seu passado rural e ao caráter um tanto conservador de sua vida institucional.

No plano religioso, entre 24 e 31 de janeiro, João XXIII, que já tinha anunciado no ano anterior a convocação do Concílio Vaticano II, presidiu o primeiro sínodo diocesano de Roma, o qual já visava adaptar as formas acidentais e secundárias da disciplina eclesiástica às circunstâncias da vida moderna, num ambiente de gaudium et spes (alegria e esperança). Provavelmente para não quebrar a atmosfera reinante, o Vaticano anunciou, apenas dois dias depois, que o Terceiro Segredo de Fátima não seria revelado no ano de 1960, contrariamente ao que se esperava e em conformidade com o pedido da Irmã Lúcia.
*       *       *
O otimismo do ambiente se estendia, entretanto, muito além do permitido por uma análise objetiva da realidade. De fato, apesar da recente distensão "kruscheviana", a oposição ideológica entre capitalismo e comunismo e a confrontação político-militar entre os Estados Unidos e a Rússia, cerne da assim chamada guerra fria, caminhavam paradoxalmente para o ápice. E o espectro da ameaça nuclear patenteou-se pelo sucesso, no mesmo ano de 1960, do primeiro ensaio francês nessa área, possibilitando a entrada de mais um país no clube dos detentores da bomba atômica.
Em maio, fracassou em Paris uma reunião de cúpula entre Kruschev e Eisenhower, pelo fato de ter sido abatido em território soviético um avião espião U-2 americano, e capturado seu piloto Gary Powers. Isso não foi senão um prenúncio da construção do muro de Berlim e da intervenção americana no Vietnã, as quais se concretizariam no ano seguinte.
O caráter imperialista da União Soviética foi confirmado pela inusitada reação de Kruschev numa reunião da ONU, batendo o próprio sapato na mesa para manifestar sua oposição ao discurso do delegado filipino, que denunciava o domínio russo na Europa Oriental.
O começo da retirada francesa da Argélia — aprovada maciçamente pelo povo francês em janeiro de 1960 num referendo convocado pelo General de Gaulle — selou o fim dos impérios coloniais das grandes potências européias na África, revertendo em benefício de líderes e movimentos nacionalistas locais formados e financiados por Moscou. Nas colônias lusas, Portugal enfrentava guerrilhas sangrentas sustentadas pela Rússia e pela China.


Fidel Castro logo no início de seu governo
Na América Latina, Fidel Castro tirava a máscara após a tomada do poder em Cuba, no ano anterior. Milhares de opositores eram fuzilados no paredón, e a polícia cubana disparava contra manifestantes anticomunistas que protestavam diante de uma exposição soviética em Havana. Durante o ano de 1960, Fidel organizou os temidos Comitês de Defesa da Revolução. A Reforma Agrária socialista, iniciada no ano anterior, culminou com o confisco de toda propriedade privada. Em outubro, o "líder máximo" chegou de braços dados com Kruschev para a reunião da Assembléia Geral das Nações Unidas. Número crescente de "barbudos" começou a sonhar com uma revolução armada e preparar-se para atividades subversivas. Mais importante ainda, a vitória comunista em Cuba fortaleceu e radicalizou os partidos comunistas e seus aliados da esquerda em todos os países latino-americanos, o que impeliu os governos burgueses a favorecer reformas de estrutura socializantes. O pretexto era que, se elas não fossem realizadas, o comunismo tornar-se-ia uma força dominante nas classes populares, e que tais reformas seriam impostas de modo ainda mais radical e violento.
Amplo setor do clero adotou o programa de reformas de estrutura, particularmente da Reforma Agrária, sob a falsa alegação de que elas iriam reduzir as desigualdades sociais e eliminar a pobreza.
*       *       *
Essa era a atmosfera contraditória de otimismo e apreensão que se depreendia do panorama mundial e latino-americano no início dessa década, semelhante ao que ocorre num dia radioso, mas com nuvens negras ocupando grande parte da cúpula celeste.
Nesse mesmo ano de 1960 houve também um acontecimento discreto, que não gerou nenhuma publicidade. Mas, caso tivesse sido divulgado, teria sido julgado irrelevante pelos contemporâneos, especialmente pela mídia. No entanto, olhado retrospectivamente, esse pequeno ato reveste-se de importância decisiva na evolução desse imenso quadro de confrontação ideológica entre comunismo e anti-comunismo.

Que evento foi esse? A fundação da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade no dia 26 de julho de 1960. Plinio Corrêa de Oliveira, coadjuvado por alguns de seus colaboradores, lançava então a semente da tão conhecida TFP, destinada a exercer decisivo papel na luta anticomunista, e que por isso tem sido tão louvada por alguns e criticada por outros.
Por que tal fato teve importância decisiva? Porque nessa confrontação ideológica entre a União Soviética e o Ocidente, fulcro da guerra fria, o fiel da balança encontrava-se na América Latina. Essa condição de fiel da balança é fácil de entender, pois a passagem do grande bloco latino-americano para a órbita comunista seria também decisiva. Poderia fornecer à União Soviética recursos imensos para prolongar a sobrevida de sua economia fracassada, mas sobretudo alterando o equilíbrio político nos países da Europa ocidental. Na Itália, na França e em outros países o eleitorado dos partidos comunistas e de seus "companheiros de viagem" aproximava-se perigosamente de alcançar a maioria. E a oposição burguesa ao comunismo teria sofrido um choque psicológico monumental, caso a América Latina se tornasse socialista. Este continente jovem, situado no próprio quintal dos Estados Unidos, estaria assim indicando que o vento do futuro soprava realmente nessa direção, e que não adiantaria opor-se a ele. O velho Tio Sam ficaria isolado, numa inútil resistência ao rolo compressor da dominação comunista.
Ora, o resultado dessa confrontação comunismo-anticomunismo na América Latina dependia acima de tudo da atitude que as populações católicas tomassem. O comunismo era conhecidamente ateu e perseguidor da Igreja do Silêncio; e se a chamada esquerda católica conseguisse vencer as resistências psicológicas do povo latino-americano, a América Latina toda se inclinaria inevitavelmente para o bloco soviético. Caso contrário, ainda que aos trancos e barrancos, ela permaneceria aliada das democracias capitalistas do Ocidente, notadamente dos Estados Unidos.
Foi precisamente nessa luta interna nos meios católicos que a TFP brasileira e suas co-irmãs dos outros países latino-americanos exerceram um papel de primeira plana.
Representando o pólo de pensamento católico anticomunista, e radicadas no canal estratégico por onde a ofensiva comunista para a conquista do mundo teria necessariamente que passar, a TFP brasileira e suas congêneres tornaram-se um dos fatores mais influentes e decisivos da evolução religiosa, cultural e política do Ocidente nas últimas décadas. Uma força de elite, proporcionalmente pequena se comparada com movimentos de massa, que passou a fustigar incessantemente o inimigo e pôde presenciar desde o seu apogeu mundial até o colapso final. 
*       *       *
Catolicismo não poderia deixar passar o cinqüentenário da fundação da TFP sem consagrar ao acontecimento uma edição especial. Esta é destinada à pré-história da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade — porque, como diz o Padre Bernardes na sua “Nova Floresta”, Nemo repente fit summus (ninguém fica muito ilustre de repente).
Ninguém melhor situado para explicar como nasceu a TFP do que seu próprio fundador, o saudoso Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Em janeiro e fevereiro de 1969 ele apresentou esse histórico numa série de artigos para a "Folha de S. Paulo", que hoje transcrevemos no seu conjunto. De modo sintético, descrevem o panorama do Brasil católico nas décadas de 1930 e 40 e as lutas que o autor e seus discípulos desenvolveram contra o progressismo católico nascente, culminando no livro Em Defesa da Ação Católica, que foi seguido de longo ostracismo ao qual foram submetidos.
A importância que Plinio Corrêa de Oliveira dava à TFP e à gesta por ela realizada, ele a exprimiu no seu testamento espiritual. Depois de agradecer a Nossa Senhora pelos maiores dons recebidos de suas mãos — a fé católica, a escravidão mariana praticada segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort, e a formação moral e religiosa que lhe deu sua mãe, Da. Lucília —, ele declara solenemente:
"Tenho a consciência do dever cumprido, pelo fato de ter fundado e dirigido minha gloriosa e querida TFP. Osculo em espírito o estandarte desta, que se encontra na Sala do Reino de Maria. São tais os vínculos de alma que tenho com cada um dos sócios e cooperadores da TFP brasileira, como das demais TFPs, que me é impossível mencionar aqui especialmente alguém para lhe exprimir meu afeto. Peço que Nossa Senhora os abençoe a todos e a cada um. Depois da morte, espero junto a Ela rezar por todos, ajudando-os assim de modo mais eficaz do que na vida terrena".
Na expectativa desse auxílio celeste que nos foi prometido, apresentamos a série de artigos do Prof. Plinio sobre a pré-história da TFP — hoje cinqüentenária, mas lamentavelmente em mãos de dissidentes, por decisão judicial provisória da qual pende recurso no Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.
*       *       *

terça-feira, 6 de julho de 2010

Dilma apresenta ao TSE programa de governo radical e depois recua



Bookmark and Share


Advogado foi ao TSE para substituí-lo por outro sem propostas polêmicas, como controle externo da mídia

 

Marcelo de Moraes / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Uma confusão da equipe de apoio da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, fez com que fosse registrado nesta segunda-feira, 5, no Tribunal Superior Eleitoral, um resumo errado de seu programa de governo. O documento entregue originalmente trazia a defesa de propostas polêmicas, como controle de mídia, taxação de grandes fortunas e a revogação do dispositivo que torna indisponível para reforma agrária qualquer propriedade que tenha sido invadida. No início da noite, o advogado da campanha, Sidnei Neves, foi ao TSE para trocar o documento, substituindo-o por outro sem as ideias controvertidas.
A proposta foi apresentada ao TSE para cumprir uma exigência da Justiça Eleitoral que cobra dos candidatos à Presidência um resumo do programa de governo. A campanha de Dilma enviou ao tribunal um documento com diretrizes básicas, aprovado em fevereiro pelo PT, quando foi lançada sua pré-candidatura.
O problema é que esse texto estava repleto de ideias defendidas pelos grupos mais radicais do partido e que foram aceitas durante essa reunião. Como seria homologado junto ao TSE, funcionaria como documento oficial e público sobre as principais linhas de atuação que seu eventual governo seguiria.
No caso da proposta sobre o controle de mídia, o primeiro documento repetia os pontos pregados pela Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e defendia controle de produção de conteúdo.
"Para isso, deve-se levar em conta as resoluções aprovadas pela 1.ª Confecom, promovida por iniciativa do governo federal, e que preveem, entre outras medidas, o estabelecimento de um novo parâmetro legal para as telecomunicações no País; a reativação do Conselho Nacional de Comunicação Social; o fim da propriedade cruzada; exigência de urna porcentagem de produção regional, de acordo com a Constituição Federal; proibição da sublocação de emissoras e horários; e direito de resposta coletivo", pregava o documento.
O conceito desapareceu na nova versão, embora tenha sido mantida a crítica à existência de "monopólio e concentração dos meios de comunicação".
Outras polêmicas. O texto original também abria brecha para a interpretação de uma suposta defesa da legalização do aborto. De forma velada, o documento citava que "o Estado brasileiro reafirmará o direito das mulheres de tomarem suas próprias decisões em assuntos que afetam o seu corpo e a sua saúde". E reforçava a referência logo em seguida, citando que "o governo do PT desenvolverá ações que assegurem autonomia das mulheres sobre seu corpo, qualidade de vida e de saúde em todas as fases de sua vida". Ambas as citações sumiram no papel entregue à noite ao tribunal, sendo substituídas pela afirmação de que "o Estado brasileiro reafirmará o direito das mulheres ao aborto nos casos já estabelecidos pela legislação vigente, dentro de um conceito de saúde pública".
O resumo do programa de governo manteve, porém, críticas feitas pelo PT ao governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, sucedido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003. "Ao contrário daquela que Lula recebeu, a herança a ser transmitida à próxima presidenta será bendita. Essa herança oferece as bases para a formulação das propostas do Programa de Governo 2010. O que até agora foi feito dá credibilidade e garantia às Diretrizes que agora apresentamos."

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Comunhão Reparadora dos Primeiros Sábados: como obter a assistência de Nossa Senhora na hora da morte



Bookmark and Share




Plinio Maria Solimeo
Muitos já ouviram falar da Comunhão dos primeiros sábados. Mas poucos compreendem a fundo o seu real significado. Por isso, não a praticam com as disposições de alma desejadas por Nossa Senhora de Fátima. Comemorando-se em maio próximo o 80º aniversário do início das aparições de Fátima, julgamos oportuno apresentar aqui tal devoção, bem como alguns comentários, tendo em vista ajudar nossos leitores a obterem o máximo proveito dessa prática de piedade, certamente indispensável em nossa época, imersa no neopaganismo.
Porém, para se compreender bem o alcance de uma revelação, é necessário ter-se presente o contexto no qual se encaixa. A da Comunhão dos Primeiros Sábados, se bem que em seus detalhes tenha sido revelada posteriormente, constitui parte essencial das aparições de Fátima que, em sua substância, pode ser resumida em reparação a Deus, feita por meio da oração e da penitência. É assim que deve ser entendida como veremos a seguir.
"Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração"
Na sua segunda aparição, em 13 de junho de 1917, Nossa Senhora disse claramente a Lúcia: "Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração". E fez ver aos videntes o seu Coração cercado de espinhos -- símbolos dos pecados da humanidade -- e que queria reparação.
A Santíssima Virgem, ao aparecer pela terceira vez aos três videntes -- Lúcia, Francisco e Jacinta -- deu-lhes  uma idéia mais pungente da gravidade do pecado e, portanto, da necessidade da reparação, mostrando-lhes ver o inferno. Para dele salvar a multidão dos pecadores, repete Ela, "Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração".
 Por desígnios insondáveis de Deus, só essa devoção poderia então salvar o mundo. Se não fosse seguida, viriam castigos e uma guerra ainda maior; "para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados.
Aqui Nossa Senhora menciona pela primeira vez essa comunhão reparadora, como meio de evitar a punição.
Se mais esse apelo não fosse ouvido, castigos maiores abater-se-iam sobre o mundo, por meio da Rússia. No entanto, quando tudo parecer perdido, os acontecimentos tomarão outro rumo, pois, afirma Ela, "Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará".
Obtenha graças recorrendo a Maria
Pouco depois das aparições Nossa Senhora, como havia prometido, levou Francisco para o Céu. Jacinta quis permanecer um pouco mais na terra para sofrer pelos pecadores, e sobre ela se abateram inúmeros sofrimentos físicos e morais. O pior deles foi para ela o de morrer sozinha num hospital de Lisboa. Nossa Senhora, entretanto, não a abandonou e, em várias visitas, instrui-a em sua missão reparadora. Um dia antes de seu falecimento, Jacinta chamou Lúcia, dizendo-lhe: "Daqui a pouco irei para o céu. V. ficará aqui para tornar conhecida a vontade de Deus de que se estabeleça a devoção ao Imaculado Coração de Maria no mundo. Quando o tempo de falar chegar, não se esconda. Diga a todo mundo que Deus concede Suas graças através do Imaculado Coração de Maria, que as devemos pedir a Ela, e que o Coração de Jesus quer que o Imaculado Coração de Maria seja honrado juntamente com o seu, que se deve pedir ao Imaculado Coração de Maria pela paz, porque Deus colocou-a sob sua custódia”.
A revelação dos Primeiros Sábados
Lúcia, a única sobrevivente desses celestes contatos, entrou para o Instituto de Santa Dorotéia, onde tomou o nome de Irmã Maria das Dores. Estando no dia 10 de dezembro de 1925 em sua cela, no convento de Pontevedra, Espanha, apareceu-lhe a Santíssima Virgem, tendo ao lado o Menino Jesus, sobre uma nuvem luminosa. Este, mostrando-lhe um coração cercado de espinhos que tinha na outra mão, disse-lhe: "Tem pena do Coração de tua Santíssima Mãe, que está coberto de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Lhe cravam, sem haver quem faça um ato de reparação para os tirar". A Santíssima Virgem acrescentou: "Olha, minha filha, o meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar, e dize que todos aqueles que durante cinco meses, no primeiro sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um terço e Me fizerem quinze minutos de companhia meditando nos quinze mistérios do Rosário com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistí-los na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas".
Esta devoção tem, assim, a finalidade de reparar o Coração Imaculado de Maria pelas ofensas dos homens. E deve ser praticada em cinco primeiros sábados consecutivos. Divide-se em vários ítens, todos indispensáveis:
1 - confissão; (1)
2 - comunhão;
3 - recitação do terço;
4 - e quinze minutos de companhia a Nossa Senhora meditando nos quinze mistérios do Rosário (2).
Na prática, como seguir esta devoção?
Evidentemente a pergunta que se impõe é como praticar essa devoção em nossos dias, no contexto da mensagem de Fátima. Para respondê-la, é necessário considerar-se em primeiro lugar o que é que tanto fazia sofrer o Imaculado Coração de Maria na época das aparições, clamando por reparação, e, em nossos dias, o que acontece a este respeito.
Para isso, pode-se aduzir vários dados revelados por Nossa Senhora a Jacinta. Mas, por brevidade, vamos considerar apenas três pontos:
1 - "Minha madrinha (3), peça muito pelos Padres! Peça muito pelos Religiosos! Os Padres só deviam ocupar-se das coisas da Igreja. Os Padres devem ser puros, muito puros".
"A desobediência dos Padres e dos Religiosos aos seus Superiores e ao Santo Padre ofende muito a Nosso Senhor".
* É o clero de hoje mais virtuoso que o daquela época? Infelizmente não. Basta lembrar que hoje em dia a maioria dos eclesiásticos sente-se mal em trajar-se como pessoas consagradas. E também constatar o número crescente de sacerdotes -- religiosos e seculares -- que não prezam a virtude da pureza, sendo de se perguntar se cumprem o voto de castidade que fizeram.
2 - "Minha madrinha, peça muito pelos governos! ≡i dos que perseguem a Religião de Nosso Senhor! Se o governo deixasse em paz a Igreja e desse a liberdade à Santa Religião, era abençoado por Deus".
* Para analisarmos um só aspecto: que governo moderno não tem aprovado pecados públicos e oficiais contra Deus, como o divórcio, o aborto, o "casamento" homossexual...  -- para ficar só no campo moral?
3 - "Os pecados que levam mais almas para o inferno são os pecados da carne".
"Hão de vir modas que hão de ofender muito a Nosso Senhor.
"As pessoas que servem a Deus não devem andar com a moda. A Igreja não tem modas. Nosso Senhor é sempre o mesmo".
* Houve jamais época em que se perdesse mais completamente a noção de pureza, de decência, de pudor, de fidelidade conjugal, de virgindade, de pureza infantil e juvenil do que em nossos dias? O número de divórcios, de uniões ilegítimas, de mães solteiras, de aborto, de pecados contra a natureza... é de clamar aos Céus. A televisão agride os lares, levando para seu interior toda a enxurrada das sarjetas, que, infelizmente, é recebida de modo passivo pela grande maioria das famílias. Enfim, nossa época perdeu inteiramente a noção de pecado.
Conclusão
Com tudo isto visto, poderá parecer a muitos leitores quase impossível cumprir com esta devoção, sobretudo pela imperiosa necessidade de não dobrar os joelhos diante dos ídolos do mundo contemporâneo -- um dos quais a maldita tirania das modas imorais. É necessário, entretanto, ter presente que, o que aos homens é impossível não o é a Deus (cfr. Mt. 19,26). E que o caminho certo para se obter isso é Nossa Senhora.
Realmente, indaga o Pe. Thomas de Saint-Laurent "quereis transformar vossa vida? Quereis praticar facilmente as virtudes que vos parecem inacessíveis e que Deus entretanto vos pede? Quereis conhecer as alegrias inefáveis que somente o amor de Jesus pode proporcionar e que faziam as delícias dos Santos? Quereis experimentar em vós essas maravilhas?". Ele mesmo dá a magnífica e teologicamente exata resposta: "Se o quereis seriamente, não hesiteis um só segundo: dirigi-vos a Maria. Não há caminho mais direto para ir a Nosso Senhor" (4).
Além de estar, por esse modo, reparando Seu Imaculado Coração, que alegria, que paz de alma terá aquele que, livrando-se da tirania do demônio e seus sequazes, aceita o suave jugo de Deus, que o levará ao paraíso celeste! Que para tal, prezado leitor, Nossa Senhora de Fátima conceda-lhe abundantes graças.
___________________
Notas:
(1) Mais tarde, quando o Menino Jesus lhe aparece novamente para cobrar a divulgação dessa devoção, a Irmã Lúcia levantando a dificuldade que algumas pessoas teriam para confessar-se no sábado, pediu-Lhe que fosse válida a confissão de oito dias. O Infante Menino respondeu-lhe que poderia ser até de "muitos mais dias ainda, contanto que, quando Me receberem, estejam em graça e tenham a intenção de desagravar o Imaculado Coração de Maria". Caso a pessoa se esquecesse, ao confessar-se, de formular essa intenção, disse Nosso Senhor que "podem formá-la na outra confissão seguinte, aproveitando a primeira ocasião que tiverem de se confessar".
(2) Aqui intérpretes afirmam que trata-se de meditar sobre um dos quinze mistérios do Rosário, pois do contrário seria praticamente impossível meditar os quinze nos quinze minutos estabelecidos por Nossa Senhora.
(3) Em Lisboa, antes de ir para o hospital, Jacinta ficou hospedada num orfanato onde foi assistida por Madre Godinho. Essa religiosa, a quem as crianças chamavam carinhosamente de "Madrinha", providencialmente tomou nota de suas palavras.
(4) Pe. Thomas de Saint-Laurent, A Virgem Maria, Série Cultura Religiosa nº 3, Artpress, São Paulo, 1996, tradução de Hélio Dias Viana, p. 11.