sábado, 17 de dezembro de 2011

Christian Bale, astro do filme Batman, é tratado com violência ao tentar visitar ativista pró-vida da China

Nota 1000 para Christian Bale !!!
VILA DONGSHIGU, China, 16 de dezembro de 2011 (Notícias Pró-Família) — Christian Bale, famoso astro do filme Batman, acabou nas manchetes depois de viajar nove horas de Pequim para visitar Chen Guangcheng, um homem cego e oponente do aborto forçado.
Christian Bale
Entretanto, o ator nunca teve essa chance, pois ele foi tratado com brutalidade e forçado, por autoridades do governo chinês, a ficar longe da vila de Chen, de acordo com uma reportagem da CNN.
“O que eu realmente queria fazer era apertar a mão do homem e dizer ‘obrigado’, e dizer-lhe a inspiração que ele é”, disse ele.
Bale estava em Pequim para a estreia de “The Flowers of War” (As Flores da Guerra), um filme dramático sobre o Estupro de Nanquim em 1937. Sobre sua tentativa de visitar Chen, Bale declarou: “Não fui corajoso fazendo isso… Essa foi apenas uma situação — Não posso virar o rosto para o outro lado”.
De acordo com Reggie Littlejohn, presidente da organização Women’s Rights Without Frontiers (Direitos das Mulheres Sem Fronteiras), “Christian Bale é um herói. Ele está estrelando no filme mais caro já feito na China, e a China espera que ganhará um Oscar. Apesar disso, ele tem a coragem de assumir uma postura contra a injustiça oficial e deu muita visibilidade para o caso de Chen”.
Littlejohn contrastou as ações de Bale com as ações da empresa cinematográfica Relativity Media. “Christian Bale usou sua força de astro para fazer brilhar uma luz na situação do injusto tratamento que Chen Guangcheng vem sofrendo”, disse ela. “Em contraste, Relativity Media filmou ‘21 and Over’ em Linyi, onde Chen está definhando sob prisão domiciliar. Eles não fizeram nada para ajudar Chen. Espero que os frequentadores de cinema demonstrem sua preocupação por Chen Guangcheng nas bilheterias de cinema. Incentivamos as pessoas a ver ‘The Flowers of War’ e a boicotar ‘21 and Over.’”
Christian Bale não é o único que tem dado atenção a Chen Guangcheng. A secretária de Estado Hillary Clinton e o embaixador americano na China Gary Locke ambos falaram recentemente a favor dele. “Exortamos o embaixador Locke a visitar Chen Guangcheng”, declarou Littlejohn.
O fluxo de cidadãos chineses visitando Chen apesar dos riscos de surras e detenções, e as campanhas chinesas e internacionais “Sunglasses” (Óculos Escuros), deram visibilidade para o caso de Chen também. Essas campanhas podem ser vistas aqui e aqui.
Chen Guangcheng desmascarou o uso sistemático de esterilização e aborto forçado na cidade de Linyi em 2005. Durante quatro anos e três meses, ele ficou encarcerado, sendo torturado e sem permissão de receber tratamento médico. Desde sua soltura a saúde dele vem definhando sob prisão domiciliar.
Assista ao vídeo em inglês “Soltem Chen” aqui.
Assine uma petição para libertar Chen aqui.
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Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A 103 ANOS NASCIA DR. PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA !



O CRUZADO DO SÉC. XX

MINHA SINGELA HOMENAGEM AO FUNDADOR DA TFP. GRANDE LÍDER E PENSADOR CATÓLICO. OBRIGADO NOSSA SENHORA, OBRIGADO SANTÍSSIMA TRINDADE QUE SOIS UM SÓ DEUS, PELOS DONS E GRAÇAS QUE FORAM DERRAMADOS NA VIDA DO SR. DR. PLINIO, E PELAS GRAÇAS QUE SUA OBRA TEM ALCANÇADO O IPCO, E AS TFPS AO REDOR DO MUNDO, E AS QUE TEMOS ALCANÇADO TAMBÉM!"

"O sorriso dos céticos jamais interrompeu a marcha daqueles que têm Fé"
Plínio Corrêa de Oliveira

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

MEB é uma farsa!

Movimento "endireita" Brasil, só pode ser uma farsa fazendo reunião privada com o Comunista FHC e privada!

Aí vemos o presidente do Movimento Ricardo Sales ao lado esquerdo de FHC...

Precisamos da verdadeira direita!

sábado, 10 de dezembro de 2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Obama quer EUA como agência policial mundial a favor do homossexualismo


Ele quer também importar homossexuais, dando-lhes privilégios especiais de asilo nos EUA

Bob Unruh
O governo de Obama anunciou que pretende fazer dos Estados Unidos uma agência policial mundial a favor de questões sexuais, com planos de tentar intervir no funcionamento de outras nações onde o homossexualismo não é promovido bem como planos para criar cláusulas especiais para que homossexuais e indivíduos que têm outros estilos de vida recebam privilégios especiais para entrar nos EUA.
Obama: EUA como agência policial mundial pró-sodomia
Entre as cláusulas está uma chamada específica para que o governo dos EUA “melhore” seu trabalho de fornecer serviços para “refugiados LGBT e homossexuais que buscam asilo”.
“Ronald Reagan disse que os EUA deveriam ser um exemplo de luz para o mundo. Quem diria que agora os EUA viraram um exemplo de Sodoma para o mundo”, disse Peter LaBarbera, diretor de Americans for Truth, uma organização de Illinois ativa em revelar a verdade sobre a homossexualidade.
A declaração da Casa Branca se chama Memorando Presidencial — Iniciativas Internacionais para Avançar os Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros.
Na introdução do documento de muitas seções, Obama explica que ele já ordenou que os órgãos do governo americano “que têm atividades em outros países” começassem desde já a “adotar medidas para promover os direitos humanos fundamentais de indivíduos LGBT no mundo inteiro”.
Especificamente, o plano dele é tentar intervir no funcionamento interno de outros países onde a escolha do estilo de vida homossexual está sob risco. Essa intervenção ocorreria por meio dos órgãos do governo dos EUA, os quais “fortaleceriam as campanhas existentes para combater de forma eficaz as leis de governos estrangeiros que criminalizam a condição ou a conduta LGBT e expandir iniciativas para combater a “discriminação, a homofobia e a intolerância na base da condição ou conduta LGBT”.
Além disso, Obama explicou a necessidade de dar a todos os indivíduos LGBT acesso especial aos Estados Unidos.
Ele explicou que os funcionários federais deverão ser treinados para ajudar os membros da classe LGBT nos desejos que eles têm.
As melhorias que os Estados Unidos estão oferecendo àqueles que apoiam as escolhas de estilo de vida sexual alternativo também significam que as organizações humanitárias que recebem assistência financeira dos EUA deverão aumentar seus interesses e envolvimentos com indivíduos LGBT. Deve-se também estabelecer uma entidade especializada que assegure que os EUA estejam fazendo tudo o que Obama quer.
Além disso, o Departamento de Estado e outros órgãos “precisam fortalecer o trabalho que começaram e iniciar campanhas adicionais nesses fóruns e organizações multilaterais para… combater a discriminação com base na condição LGBT; ampliar o número de países que apoiam e defendem questões LGBT…” e outras iniciativas.
Aqueles que estão envolvidos nos confrontos por causa das exigências de “direitos” por parte de grupos homossexuais e outros grupos nos EUA disseram que a medida de Obama é incrivelmente imprópria.
“Os Estados Unidos não são um país pós-cristão… Os EUA são anticristãos. Os EUA estão fazendo guerra explícita contra a ética judaico-cristã”, LaBarbera disse para WND.
Ele disse que Obama, e sua secretária de estado, Hillary Clinton, estão literalmente “redefinindo o pecado”.
“Em todas as colônias [do começo dos EUA], em toda a nossa história, o homossexualismo sempre foi proibido”, disse ele. “Agora de repente os EUA vão passar sermão em outros países, forçando-os a seguir a versão de direitos humanos da última moda”.
Ele disse… que tudo o que vem sendo dito acerca da homossexualidade e direitos dá para se aplicar ao sexo com animais e direitos, ou à pedofilia e direitos, ou a outras escolhas de estilo alternativo e direitos.
“Em que base”, perguntou ele, “podemos dizer que [a pedofilia e o sexo com animais] são absolutamente inaceitáveis? A NAMBLA [sigla em inglês da Associação Norte-Americana de Amor entre Homens e Meninos] costumava marchar nas paradas de orgulho gay”.
“Os direitos humanos estão enraizados na ideia bíblica e judaico-cristã de direitos. Isso é incrível. Eles estão torcendo a essência dos direitos humanos. Se existe um direito à conduta homossexual, por que não existe um direito ao… adultério e ao incesto?”
Matt Barber, um dos líderes do Conselho de Liberdade, também disse ao WND: “Como é que os EUA ousam exportar sua decadência moral para outros países? Este presidente trouxe vergonha para o nosso país mediante o uso de extorsão. Eu utilizo uma palavra forte aqui, extorsão, pois os EUA estão tentando forçar outras nações a adotar todas as exigências dos grupos homossexuais de pressão política”.
Tradução, adaptação e edição: www.juliosevero.com
Fonte: WND

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

CNBB [Conferência Nacional de Bananas do Brasil] faz acordo com Marta Suplicy sobre projeto de lei que criminaliza a homofobia.

Inadmissível!

Fonte:Fratres in Unum

O Globo | Brasília – Num acerto com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a senadora Marta Suplicy (PT-SP) flexibilizou seu substitutivo do projeto de lei que criminaliza a homofobia, permitindo que em templos padres e pastores possam continuar pregando em missas e cultos contra a homossexualidade. Mesmo com as alterações, a relatora do projeto não conseguiu acordo com os segmentos evangélicos na Casa. Ainda assim, ela vai tentar na quarta aprovar a proposta na Comissão de Direitos Humanos (CDH) e, depois, no plenário, para que seja enviado à Câmara. Lá, o texto poderá ser alterado ou gerar um novo projeto, saindo de sua responsabilidade.
Há uma grande cobrança da comunidade LGBT para que o projeto ande, mas, sem acordo, está parado desde o inicio do ano no Senado.
- Se conseguirmos aprovar, nada está certo que vamos conseguir, damos um passo avante. Daí encaminhamos para Câmara, onde poderão aprimorar ou propor um novo projeto com mais avanços. Se formos esperar um consenso sobre o projeto original que é de 2001, aqui não teria condição de passar. Vamos ver o que conseguimos aprovar para fazer o projeto andar. Senão vou ficar aqui oito anos e no final vou dizer que não conseguimos aprovar nada – disse Marta Suplicy.
Depois de fazer o acordo com a CNBB, Marta tentou convencer o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) de que um artigo incluído no projeto retirava a possibilidade de punição a pastores em suas pregações contra homossexuais. O novo texto diz que o disposto na lei não se aplica à manifestação “pacífica de pensamento decorrente de fé e da moral fundada na liberdade de consciência , de crença e de religião”.
- Eu disse para o Crivella: fizemos um acordo com a CNBB e vocês vão ficar do lado do Bolsonaro? – contou Marta, em referência ao deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), conhecido por sua oposição às propostas de intesse à comunidade LGBT.
Mas Crivella não se sensibilizou. Disse que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), tentou um acordo em torno de outro projeto, chamado de Lei do Sexismo, que coibia qualquer intolerância contra heterossexuais, homossexuais e bissexuais, mas Marta Suplicy não aceitou.
- Não podemos concordar em condicionar a liberdade de expressão religiosa ao termo “pacífica”. O que é pacífico para a lei, para ela e para você? Nossos pastores falam com muita veemência em suas pregações. E as penas são pesadas. Dependendo da interpretação, podem pegar até três anos de prisão – disse Crivella.
Renan Calheiros confirmou que dificilmente o substitutivo de Marta Suplicy será aprovado na CDH.
- Tem algumas pessoas aí organizando resistências – disse Renan, citando Crivella e o senador Magno Malta (PTB-ES).
Sem acordo com os senadores da bancada evangélica, Marta Suplicy também enfrentou a oposição da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT, que se articula para derrubar as modificações feitas para agradar à Igreja. A frente se reuniu nesta terça-feira e reclamou de não ter sido chamada para discutir as concessões feitas no projeto. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) levantou dúvidas sobre o motivo da pressa em votar um texto “inócuo” às vésperas da II Conferência Nacional LGBT.
“Compactuando com o entendimento de que o substitutivo não contempla os diversos segmentos do movimento homossexual, um dos representantes do setorial LGBT do PSOL presentes lembrou aos presentes do documento tirado na Conferência de São Paulo – base eleitoral da senadora – em que o movimento se afirma contrário a qualquer substitutivo que não contemple as demandas históricas do movimento”, diz texto de nota divulgado pela frente LGBT.
- Nós não queremos esse texto, mas também não queremos que os conservadores vençam essa batalha. Queremos apresentar um voto em separado que devolva as características originais do projeto. Na hipótese de uma votação contrária e do projeto ser enterrado na votação, vamos montar uma estratégia para garantir que o projeto continue tramitando – disse Wyllys.

domingo, 27 de novembro de 2011

O MARIE CONCUE SANZ PECHE PRIEZ POUR NOUS QUI AVONS RECOURS A VOUS!

 Ó MARIA CONCEBIDA SEM PECADO ORIGINAL , ROGAI POR NÓS QUE RECORREMOS A VÓS
 
VINDE AOS PÉS DESTE ALTAR! AQUI AS GRAÇAS SERÃO ABUNDANTES!

COMPARTILHO COM VOCES AS TRES FASES DAS APARIÇÕES A SANTA CATARINA LABOURÉ!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Grande Dom Luiz Bergonzini!!!



"Provamos, no TSE, que o documento assinado pelos três Bispos é verdadeiro e provamos que o PT e a candidata Dilma defendem, sim, a liberação do aborto. E o Ministério Público Federal garantiu que não praticamos crime eleitoral e pediu a devolução do material para a Diocese de Guarulhos. O TSE mandou a Polícia Federal devolver o material apreendido... A Igreja Católica tem o direito legítimo de defender o Evangelho e seus princípios, em qualquer época."

Dom Luiz Bergonzini, Bispo Diocesano de Guarulhos

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

#Missa não é lugar de chapéu de cowboy, o nome disso é rodeio. #Missa é outra coisa ...

Do jeito que a TL gosta cada vez mais a RCC e CN se afundam ...Caíndo a máscara de todo mundo hem... +DEO GRATIAS+

CAMPANHA PAREM DE INVENTAR NA MISSA



Finalmente, eu diria que uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental. A liturgia não deve ser simplesmente uma expressão de sentimentos, mas deve emergir a presença e o mistério de Deus no qual ele entra e pelo qual nós nos permitimos ser formados.
(Para Bento XVI)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Bento XVI: Não precisamos imitar os pentecostais. “Uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental”.

FRATRES IN UNUM

 

um golpe nos RCCISTAS

DEO GRATIAS! VIVA O PAPA!



O Papa Bento XVI inicia hoje uma viagem apostólica de dois dias ao Benim, África. Durante o vôo, o Santo Padre respondeu às tradicionais perguntas dos jornalistas presentes em sua delegação. Entre elas, uma a respeito do crescimento das seitas pentecostais no continente africano:
Essas comunidades são um fenômeno global, em todos os continentes. Naturalmente, elas estão presentes sobretudo, de formas diferentes, na América Latina e na África. Diria que seus elementos característicos são muito pouca “institucionalidade” e poucas instituições, dando pouco peso a instituições; uma mensagem que é simples, fácil e compreensível, e aparentemente concreta; e, como você disse, uma liturgia participativa expressando os sentimentos da cultura local, com uma abordagem da religião um tanto sincretista. Tudo isso lhes garante, por um lado, algum sucesso, mas também implica uma falta de estabilidade. Sabemos que alguns [seguidores desses grupos] voltam à Igreja Católica, ou se mudam de uma dessas comunidades para outra.
Então, nós não precisamos imitar essas comunidades, mas devemos nos perguntar o que podemos fazer para dar nova vida à fé Católica. Eu sugeriria, como um primeiro ponto, uma mensagem que é simples e compreensível, mas também profunda. [...]
Segundo, é importante que nossas instituições não sejam pesadas. O que deve predominar é a iniciativa da comunidade e da pessoa. Finalmente, eu diria que uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental. A liturgia não deve ser simplesmente uma expressão de sentimentos, mas deve emergir a presença e o mistério de Deus no qual ele entra e pelo qual nós nos permitimos ser formados.
Por último, com relação à inculturação, diria que é importante não perdermos a universalidade. Eu preferiria falar de “inter-culturação”, não tanto inculturação. É uma questão de um encontro entre culturas na verdade comum de nossos seres enquanto humanos, em nosso tempo. Então, crescemos numa fraternidade universal. Não devemos perder essa grande coisa que é a catolicidade, de que em todas as partes do mundo somos irmãos e irmãs, somos uma família, onde conhecemos cada um e colaboramos num espírito de fraternidade.
A introdução ao missal das celebrações pontifícias (pág. 11) demonstra como Bento XVI pretende enfatizar essa catolicidade, particularmente na liturgia da Santa Missa a ser celebrada no domingo, no Estádio da Amizade:
Neste grande dia de encontro eucarístico do Santo Padre com toda a África múltipla em seus costumes e em suas línguas, não hesitamos em empregar a língüa da Igreja Universal, o latim, que tem a vantagem de unificar a oração de nossa assembléia tão diversificada e de manifestar assim a união das vozes e dos corações no canto gregoriano (Missa de Angelis) e na escolha do cânon romano (Oração Eucarística I).

Balduíno IV, de Jerusalém, O Rei Leproso

Esse jovem monarca, quase desconhecido na História, foi entretanto dos mais heróicos cruzados e protótipo de soberano virtuoso, comparável a São Luís IX. 




Duzentos cavaleiros cristãos, liderados pelo Rei Balduíno, vencem 20 mil sarracenos
Balduíno, filho de Amaury I de Jerusalém e de Inês de Courtenay, nasceu no ano de 1160 na Cidade Santa, Jerusalém. Apesar de o casamento de Amaury ter sido anulado por questão de parentesco, os filhos dele nascidos, isto é, Amauri e Sibila, foram considerados legítimos herdeiros da Coroa. Um dia em que Balduíno brincava de guerra com outros meninos de sua idade, seu preceptor notou que, enquanto os demais gritavam quando eram atingidos, ele parecia nada sentir. Perguntando-lhe a razão disso, o menino respondeu que os outros não o feriam, e por isso não manifestava dor e não gritava. Mas, reparando o preceptor em suas mãos e braços, percebeu que estavam adormecidos. O rei foi informado e mandou vir os melhores médicos, que ministraram emplastros, ungüentos e outras medicinas à criança, sem alcançar entretanto resultado algum. Era o começo de uma doença que iria progredir à medida que Balduíno fosse crescendo.
Em suma, esse menino tão belo, tão ajuizado e já tão sábio fora atingido por um mal terrível, que se revelou logo: a lepra, que lhe valerá o trágico cognome de o Leproso.
Dificuldades: doença, divisão interna e Islã
Com a morte prematura de Amaury, Balduíno foi aclamado rei aos 13 anos. Nessa época ele era um adolescente encantador, o mais cultivado dos príncipes de sua família, “dotado de uma grande vivacidade de espírito, se bem que gaguejando ligeiramente como seu pai, e de uma excelente memória”, escreve seu historiador e preceptor, Guilherme de Tiro(1).
“O reino desse infeliz jovem, de 1174 a 1185, não foi senão uma longa agonia. Mas uma agonia a cavalo, face ao inimigo, toda enrijecida no sentimento da dignidade real, do dever cristão e das responsabilidades da coroa nessas horas trágicas em que o drama do rei correspondia ao drama do reino”(2). Com efeito, o clima deste era de insubordinação, muitos procurando seguir apenas seus interesses pessoais. Foi essa funesta divisão entre os cristãos que levou, pouco depois, à perda de todos os reinos que haviam sido conquistados pelos cruzados na Palestina.
Já aos 15 anos e leproso, derrota islamitas
 Saladino, sultão do egito, enfrentou Balduíno IV várias vezes sendo sempre derrotado
De 26 de junho a 29 de julho do ano de 1176, o sultão Saladino assediou a cidade de Alepo. Balduíno IV, que na ocasião contava apenas 15 anos e a lepra não havia ainda minado suas energias, partiu em socorro daquele bastião cristão, coadjuvado pelo Conde de Trípoli, Raimundo III. Juntos, conquistaram grande vitória sobre os muçulmanos. “Assim, mesmo sob o reino do pobre adolescente leproso, mesmo em presença da unidade muçulmana quase inteiramente reconstituída, a dinastia franca da Síria manteve os inimigos em cheque. Apesar de sua enfermidade — logo ele não viajará mais senão em liteira —, Balduíno IV, precocemente amadurecido pela dor, demonstrou uma força de alma diante da qual a História deve se inclinar com respeito”(3). Progredindo a lepra, Balduíno viu a necessidade de assegurar sua sucessão. Para isso só havia suas duas irmãs, Sibila e Isabel. Esta última era filha do segundo casamento de seu pai. Sobre Sibila, a mais velha, repousava em particular o futuro da dinastia, pois, segundo o costume do país, seu esposo seria rei de Jerusalém. A escolha do esposo recaiu sobre o príncipe piemontês Guilherme Longa-Espada, um dos mais nobres da Cristandade, primo do Imperador Frederico Barbarroxa e do Rei da França, Luís VII. Tal casamento, que se realizou em 1177, foi efêmero, pois Guilherme faleceu três meses depois, deixando sua jovem esposa à espera de um herdeiro, o futuro Balduíno V. Esse nascimento póstumo, trazendo como conseqüência para o reino uma nova regência, só poderia enfraquecê-lo ainda mais.
Enquanto isso, Balduíno IV apressou-se em renovar a aliança com o Imperador bizantino Manuel Comeno para, juntos, invadirem o Egito. As circunstâncias pareciam favoráveis, em virtude das hostilidades que Saladino estava sofrendo na Síria naquela ocasião. Entretanto, como a lepra impedia Balduíno de comandar a expedição, ele ofereceu o comando ao Conde Felipe de Alsácia, que se encontrava em Jerusalém com seus homens. Mas este, para surpresa geral, não aceitou o convite. Julga-se que Felipe queria suceder ao rei leproso, sendo seu primo. Sua recusa fez fracassar a aliança e comprometer ainda mais os interesses cristãos na Terra Santa.
Fé e heroísmo: causas de vitória inimaginável
Em 1177 Balduíno, cedendo às instâncias do Conde de Flandres, emprestou-lhe grande parte de suas tropas para que este tentasse uma expedição contra Hamas. Sabendo que Jerusalém estava assim desguarnecida, Saladino reuniu todas suas tropas para invadir o reino cristão. A situação neste era trágica. Balduíno não dispunha senão de 500 cavaleiros. Por outro lado, o Condestável Onfroi de Toron, que o podia ajudar na direção da defesa, caiu gravemente doente.
Nessas circunstâncias quase desesperadas, o jovem rei leproso foi heróico. À aproximação do inimigo, reunindo tudo que podia encontrar de combatentes, saiu com a relíquia da Santa Cruz e chegou a Ascalon. Mandou uma ordem a Jerusalém e a todo o reino, convocando todos os homens capazes de portar armas a reunirem-se a ele. Mas, quando o reforço se aproximava da Cidade Santa, foi capturado por Saladino.
Julgando-se já dono da situação, o sultão ismaelita permitiu que suas tropas se dispersassem, pilhando, matando, fazendo prisioneiros por toda parte. Ébrio pelo sucesso, Saladino mostrou-se de uma crueldade inaudita. Mandou reunir os prisioneiros e lhes esmagou a cabeça. Certo de que os francos estavam reduzidos à impotência, o sultão protegeu-se atrás das muralhas de Ascalon, quando viu aparecer subitamente o rei leproso e seu pequeno exército. Tinham eles anteriormente perseguido os muçulmanos esparsos, derrotando-os.
Após a batalha, ação de graças no Santo Sepulcro

Morte de Balduíno IV, Rei de Jerusalém
Os cruzados caíram como um raio sobre o exército de Saladino. “Ágeis como lobos, ladrando como cães, atacaram em massa, ardentes como a chama”(4), com a relíquia da Santa Cruz à frente, portada pelo bispo de Belém. Os cristãos tiveram a impressão de que a Cruz crescia até tocar o céu. O cronista siríaco Miguel, Patriarca da Igreja jacobita, contemporâneo dos acontecimentos, assim descreveu a milagrosa batalha de Montgisard: “O Senhor teve piedade dos cristãos. Todo mundo tinha perdido a esperança, porque o mal da lepra começava a aparecer no jovem rei Balduíno, que enfraquecia, e desde então cada um tremia. Mas o Deus que fazia aparecer sua força nos fracos inspirou o rei doente. O resto de suas tropas reuniu-se em torno dele. Ele desceu de sua montaria, prosternou-se com a face contra a terra diante da Cruz e rezou com lágrimas. À vista disto, o coração de todos os soldados se enterneceu. Eles estenderam todos a mão sobre a verdadeira Cruz e juraram jamais fugir; e, em caso de derrota, olhar como traidor e apóstata quem fugisse em vez de morrer. Montaram de novo nos cavalos e avançaram contra os turcos, que se regozijavam, pensando já os ter derrotado. Vendo os turcos, de quem a força parecia um mar, os francos deram-se mutuamente a paz e pediram uns aos outros um mútuo perdão. Em seguida engajaram a batalha. No mesmo instante o Senhor fez cair violenta tempestade, que levantava a poeira do lado dos francos e a lançava no rosto dos turcos. Então os francos, compreendendo que o Senhor havia aceito seu arrependimento, tomaram coragem, enquanto os turcos deram meia-volta e fugiram. Os francos os perseguiram, matando e massacrando durante o dia todo”(5). Somente a fidelidade dos mamelucos salvou Saladino de morte certa.
Balduíno IV retornou a Jerusalém como triunfador e foi render graças ao Deus dos Exércitos na igreja do Santo Sepulcro. “Jamais vitória cristã mais bela tinha sido infligida ao Levante, e todo o mérito voltava-se ao heroísmo do rei, cuja juventude [tinha então 17 anos], triunfando por um instante do mal que corroía o corpo, igualou-se em maturidade a um Godofredo de Bouillon ou a um Tancredo”(6).
Coragem e resignação ante a devastação da lepra
Balduíno continuou a infligir derrotas aos islamitas, embora não pudesse vencer a luta que se travava em seu próprio corpo entre a lepra e as partes sãs. Aquela o deformava de tal maneira, que assim é descrito por um historiador, em 1183: “Do belo menino louro, que nove anos antes havia recebido com fausto a coroa, não restava senão um inválido, um ser decaído, repugnante. O belo rosto não era senão placas de carne marrom, fechando três quartas partes das órbitas, das quais todo olhar fugira para sempre, cortando-o do mundo, mergulhando-o numa noite eterna. Suas mãos elegantes estavam reduzidas ao estado de cotos. Seus dedos amortecidos haviam caído uns após outros, putrefatos. Seus pés haviam tido a mesma sorte e estavam como encolhidos pelo mais cruel dos torcionários chineses. Coberto de placas e bolhas, o resto do corpo não estava diferente para se ver. [...] Ao preço de esforços por vezes espantosos, ele continuava a assumir seu papel de rei. Jamais havia faltado a um combate, jamais fugido a uma responsabilidade”(7).
Balduíno IV, o rei heróico e virtuoso, semelhante ao admirável monarca francês São Luís IX, e cuja vida não foi senão uma lenta agonia, entregou a Deus sua alma pura no mês de março de 1185, aos 24 anos de idade. “Tendo mantido até seu último suspiro a autoridade monárquica e a integridade do reino, soube também morrer como rei”.(8)
*     *     *
Notas:
(1) René Grousset, Histoire des Croisades et du Royaume Franc de Jérusalem, Paris, Librairie Plon, Les Petits-Fils de Plon et Nourrit, 1935, p. 610.
(2) Id., ib., pp. 610-611.
(3) Id. ib., pp. 632-633.
(4) Id. ib., p. 658.
(5) Michel le Syrien, III, p. 375. apud René Grousset, op. cit., p. 657.
(6) René Grousset, op. cit., p. 663.
(7) Dominique Paladilhe, Le Roi Lépreux, Perrin, Paris, 1984, apud Gregório Lopes, Catolicismo, abril/1992.
(8) René Grousset, op. cit., p. 744.

São Barnabé

Fonte:Frente Universitária Lepanto

Nos primeiros dias da Igreja o fervor dos cristãos era tão grande, que eles renunciavam a seus bens, colocando-os à disposição dos Apóstolos para que os utilizassem em proveito de todos: "Repartia-se então a cada um deles conforme a sua necessidade" (Atos 4, 35). Sem ser obrigatória, esta prática se tornava possível devido ao pequeno número de fiéis. Com o crescimento da Igreja, ela continuou a florescer nas ordens religiosas. Entre esses generosos cristãos destacava-se um, pelo que é nomeado por São Lucas: "Assim José - a quem os Apóstolos deram o sobrenome de Barnabé que quer dizer filho da consolação -, levita natural de Chipre, possuía um campo. Vendeu-o e trouxe o valor dele e depositou-o aos pés dos Apóstolos" (At 4, 36-37).
Segundo tradição oriental Barnabé se radicou em Jerusalém, e tendo ouvido Nosso Senhor pregar no Templo, tornou-se admirador de sua doutrina. Por seu zelo e conselhos, mereceu ser chamado Apóstolo, apesar de não ser dos 12. Era grave e afável, com amplidão de vistas e chama profética, e, sobretudo, como diz São Lucas, "homem bom e cheio do Espírito Santo" (At 11, 24).
 Martírio de São Barnabé
Por tais predicados, São Barnabé tornou-se muito considerado naqueles tempos da primavera da fé. Seu porte devia impressionar, pois mais tarde os pagãos o tomaram por Zeus, o pai dos deuses entre os gregos.
Quando o recém convertido São Paulo procurou os Apóstolos em Jerusalém, eles tentaram evitar sua presença, pois ninguém podia crer que esse perseguidor de cristãos se tornara agora um deles.
Segundo a tradição, São Barnabé - a quem São Paulo deve ter narrado todos os pormenores de sua conversão - conhecera o Apóstolo dos Gentios na escola de Gamaliel.
E convencido da sinceridade de seu ex-condiscípulo, serviu-lhe de "anjo da guarda". Conduziu-o e apadrinhou-o junto a São Pedro e São Tiago, pois além desses, diz São Paulo, "não vi nenhum outro Apóstolo" (Gal 1,19). São Barnabé "contou-lhes como Saulo vira o Senhor no caminho, e que lhe havia falado, e como em Damasco pregara com desassombro o nome de Jesus" (At 9, 27).
Depois de ter passado 15 dias com São Pedro, por causa das ciladas dos judeus "os irmãos levaram-no [São Paulo] para Cesaréia, e dali o enviaram a Tarso" (At 9, 27-30).

São Barnabé procura o auxílio de São Paulo

 Libertação de São Paulo e são Bernabé - Claude-Guy Halle, séc. XVIII. Museu Carnavalet, Paris.
Entretanto, os fiéis disseminados pela perseguição que se seguiu ao martírio de Santo Estevão iam espalhando por toda parte a semente da palavra divina. Desse modo alguns deles, "de Chipre e de Cirene", foram para Antioquia, onde pregaram a boa nova da salvação: "A mão do Senhor estava com eles, e grande foi o número dos que receberam a fé e se converteram ao Senhor" (At 11, 21). Notícias desse sucesso chegaram aos ouvidos dos Apóstolos, que enviaram Barnabé para verificar o espírito que presidia a essa nova cristandade.
São Barnabé "alegrou-se, vendo a graça de Deus, e a todos exortava a perseverar no Senhor com firmeza de coração, pois era um homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé" (At 11, 23).
Humilde, esse apóstolo não se julgou apto para orientar os novos cristãos sozinho. Lembrou-se então de Saulo, e foi buscá-lo em Tarso para ser seu companheiro de apostolado.
São Paulo estava em pleno vigor varonil e na força de seu primeiro entusiasmo. Se a igreja de Antioquia já experimentava antes um grande impulso, com os dois Apóstolos cresceu ainda mais.
Eles permaneceram um ano inteiro naquela cidade, onde pela primeira vez os discípulos de Jesus começaram a ser conhecidos como "cristãos". Essa foi também a primeira igreja a desligar-se do solo originário do judaísmo.
Quando houve fome em toda a Palestina, Paulo e Barnabé foram escolhidos para levar o auxílio dos antioquenhos aos cristãos de Jerusalém (At 11,30).

A primeira viagem apostólica Abrindo para os pagãos as portas da São Paulo "resiste em face" ao primeiro Papa

 Os dois apóstolos continuavam a dirigir com fervor a cristandade de Antioquia. Certo dia, "enquanto celebravam a liturgia em honra do Senhor e guardavam os jejuns, disse o Espírito Santo: ‘Segregai-me Barnabé e Saulo para a obra a que os chamo'". Essa obra seria a primeira viagem apostólica (At 13,2). "Então, depois de jejuarem e de orarem, eles [os anciãos] lhes impuseram as mãos e os despediram" (At 13, 3).
"Essa imposição das mãos sobre Saulo e Barnabé era a ordenação episcopal? É o sentimento geral. A vocação milagrosa para o apostolado, não tendo isentado Saulo da obrigação de receber o batismo das mãos de Ananias, não se vê por que essa mesma vocação o teria isentado de receber o sacramento da Ordem. Nas vocações mesmo extraordinárias, Deus, que age sempre com medida, não suprime as regras que estabeleceu".1
Os dois Apóstolos tomaram consigo São Marcos e partiram para a grande aventura apostólica.
Provavelmente foi São Barnabé quem propôs passarem por Chipre. Desembarcaram no porto de Salamina, perto de Famagusta, de onde era originário. Ele sabia que todas as cidades do lado oriental da ilha contavam com prósperas sinagogas e que havia nelas grupos de cristãos (At 11, 19).
São Barnabé - que dirigia a missão - resolveu então atravessar a ilha até Pafos. Nessa cidade residia o procônsul romano Sérgio Paulo, "varão prudente". Este, sabendo da chegada de Barnabé e de Paulo, chamou-os, "desejando ouvir a palavra de Deus" (At 13, 7).
Depois de um incidente com o mago Bar-Jesus - judeu e falso profeta, que desejava impedir de todos os modos o contato do procônsul com os Apóstolos e que ficou cego após ser increpado por São Paulo -, o procônsul
Na pequena cidade de Listra, São Paulo curou um paralítico de nascença. Devido a esse milagre os pagãos quiseram adorá-lo como deus, gritando que Zeus (ou Júpiter) e Hermes (ou Mercúrio) "desceram a nós". Diziam que São Paulo, por causa de sua eloqüência, era Mercúrio, e São Barnabé, por seu digno e majestoso porte, era Júpiter. Foi difícil aos missionários convencer a multidão de que eram homens, e não deuses. "Porém, judeus vindos de Antioquia e de Icônio seduziram as turbas, que apedrejaram Paulo e o arrastaram para fora da cidade, deixando-o como morto" (At 14, 18-19).
Posteriormente, os dois apóstolos pregaram em Derbe, na Galácia, e na volta fizeram o caminho inverso para visitar e firmar as cristandades por eles fundadas. Retornaram então a Antioquia da Síria, depois de quatro anos de ausência (At 14, 23-26). Os apóstolos "tinham aberto para os pagãos a porta da fé" (At 14, 27).
Surgiu então um incidente com os cristãos judaizantes: insistiam que os pagãos convertidos deveriam submeter-se aos ritos judaicos: "É preciso circuncidá-los e impor-lhes a observância da Lei de Moisés" (At 15,5).
Ora, "fazer a admissão daqueles [pagãos] na Igreja depender da circuncisão e da Lei ritual, significava reduzir a Igreja à estreiteza da Sinagoga, e negar a universalidade da redenção".2 E era exatamente isto que desejariam os judaizantes, como revela o próprio São Paulo (Gal. 2,4). Tanto ele como São Barnabé eram contrários a essa medida. Resolveu-se então que iriam a Jerusalém decidir a questão com os Apóstolos.
Na assembléia dos Apóstolos na Cidade Santa, considerada o primeiro Concílio da Igreja, São Pedro e São Tiago Menor, sobretudo, declararam-se a favor dos dois apóstolos, contanto que os cristãos oriundos do paganismo se abstivessem das "contaminações dos ídolos, da fornicação, das carnes sufocadas, e do sangue" (At 15, 6-21).
Os Apóstolos enviaram Judas e Silas "com os nossos amados Barnabé e Paulo, homens que têm exposto suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (At 15, 25-26) para transmitir aos fiéis de Antioquia a decisão a que haviam chegado. Silas permaneceu depois em Antioquia, associando-se a São Paulo em suas viagens
Mas depois ocorreu outro fato a que São Lucas não se refere, e que mostra como a situação continuava ainda crítica por causa da influência dos judaizantes. É o próprio São Paulo quem narra aos Gálatas, com muita vivacidade, esse penoso conflito: "Quando Cefas foi a Antioquia, resisti-lhe em face, porque ele se tornara repreensível. Pois, antes de virem alguns dos de Tiago, ele comia com os gentios; mas, quando aqueles chegaram, ele se retraía e se afastava, por medo dos da circuncisão. E os outros judeus o acompanharam na mesma simulação, tanto que até Barnabé se deixou arrastar à simulação deles" (2, 11).
Palavras duras estas do Apóstolo Paulo em relação ao primeiro Papa! É bom notar que se tratava não de um erro doutrinário de São Pedro, mas de uma atitude prática, se bem que com repercussões muito sérias para o futuro da Igreja. Convém ressaltar também que São Pedro estava inteiramente aberto ao apostolado de São Paulo com os pagãos e lhe deu razão. Ele próprio, no início, sentia-se confortável no meio deles.
Se mais tarde creu que era seu dever acomodar-se às circunstâncias, não foi porque pensasse de modo diferente de São Paulo. Ocorreu que, sendo especialmente encarregado de pregar o Evangelho aos judeus, talvez por receio de ofendê-los, começou a separar-se da mesa dos fiéis provenientes da gentilidade. E essa atitude equívoca arrastou outros judeus, até mesmo a São Barnabé.
Pelo que, continua São Paulo: "Mas, quando vi que eles não caminhavam com retidão segundo a verdade do Evangelho, disse a Cefas diante de todos: ‘Se tu, sendo judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a adotar costumes judaicos?'" (Gal. 2,14-21).
São Pedro "não viu, no lance fogoso e inesperado do Apóstolo das Gentes, um ato de rebeldia, mas de união e amor fraterno. E, sabendo bem no que era infalível e no que não era, cedeu ante os argumentos de São Paulo. Os Santos são modelos dos católicos".3
Humildemente, São Pedro recebeu a admoestação, reconheceu seu erro e estendeu a mão para São Paulo, desarmando a todos os que tinham escandalizado com sua conduta.
São Paulo e São Barnabé permaneceram em Antioquia "com muitos outros", pregando o Evangelho, até o dia em que o primeiro propôs ao segundo que voltassem a visitar as cristandades por eles fundadas (At 15,36).
Surgiu então uma divergência entre os dois santos: São Barnabé queria levar de novo São Marcos. Contudo São Paulo se opôs, pois o jovem os havia abandonado sem explicações na Panfília. "Produziu-se certo dissentimento de sorte que eles se separaram um do outro" diz São Lucas (At 15,19). São Jerônimo assim comenta: "Paulo, mais severo, Barnabé, mais clemente. Cada um insiste no seu parecer. Seja como for, a discussão tem algo da humana fragilidade".4
São Barnabé partiu com João Marcos para a Selêucia, e São Paulo, levando consigo Silas, da igreja de Jerusalém (cf. 1Ped 5, 12), percorreu a Síria e a Cilícia nessa segunda viagem apostólica (At 15, 40).
O incidente com São Barnabé foi rapidamente esquecido tanto por São Paulo quanto por São Marcos. De tal modo que, mais adiante, estão novamente juntos, pois o Apóstolo escreveu a Timóteo: "Traze-me Marcos contigo, pois ele me é muito útil para o ministério" (2 Tim, 4,11).
A partir desse momento, São Barnabé não é mais citado nos Livros Santos, dando lugar a São Paulo.
Segundo antiga tradição, São Barnabé morreu em Chipre, em cuja capital (Salamina) seu corpo foi encontrado no ano de 488. Sua festa comemora-se a 11 de junho.
__________
Notas:
1. Les Petits Bollandistes, Saint Paul, Apôtre des Gentils et Martyr, Vies des Saints, Bloud et Barral, Paris, 1882, tomo VII, p. 469, nota 1.
2. Holzner, José, San Pablo, Heraldo de Cristo, Editorial Herder, Barcelona, 1946, p. 128.
3. "A política de distensão do Vaticano com os governos comunistas. Para a TFP: omitir-se? ou resistir?", in "Folha de S. Paulo", 10-4-1974.
4. Apud Pe. José Leite, Santos de Cada Dia, Editorial A.O., Braga, 1987, tomo II, p. 230.
 
Oferecido pela Revista Catolicismo

Reino de Maria


"O Reino de Maria – segundo explanam vários santos insignes, especialmente São Luís Maria Grignion de Montfort – é a plena vigência dos princípios do Evangelho na sociedade humana, espiritual e temporal".

(Fonte: "Um homem, uma obra, uma gesta – Homenagem das TFPs a Plinio Corrêa de Oliveira", Capítulo V, 30. Inauguração da atual sede do Conselho Nacional da TFP)

Nazismo e comunismo


[Há uma] questão religiosa que parece separar ambos os regimes. O nazismo tem deuses, e o comunismo é ateu.

Entre o ateísmo e o panteísmo, a distância será tão grande? Não demonstra a História que as épocas de maior incredulidade são ao mesmo tempo as de maior superstição?

Aliás, do que vale, como barreira ao ateísmo comunista (que tem tonalidades fortemente panteísta) o panteísmo nazista?

(Fonte: Legionário, N°. 348, 14 de maio de 1939)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

sábado, 12 de novembro de 2011

Totalitarismo de mansinho


A pretexto de nos proteger, o Estado vai se imiscuindo cada vez mais em
nossas vidas, para nos dizer o que podemos fazer e o que não podemos. É
um socialismo totalitário que vai entrando de mansinho, sem precisar
para isso de revoluções sangrentas como a de 1917 na Rússia, nem de
ditaduras férreas como a de Hitler.

http://www.ipco.org.br/home/noticias/totalitarismo-de-mansinho

terça-feira, 8 de novembro de 2011

USP-ABSURDO

                                                                       Nosso ideal , esmurrar o comunismo porco!
Que absurdo aquele povo da USP , atrapalhando os outros a estudar depredando tudo. além do mais queimam nossa bandeira e a bandeira do seu próprio estado. que que o socialismo não faz? Fora comunas, não quiseram a PM a PM tah de parabéns por prender os maconheiros só por isso fizeram uma revolução na USP, tenha dó né...

Daqui a pouco tah cheio de arruaceiro , por todas a faculdades e escolas do país !! só o que me faltava. Sem noção tb é aquele povo protestando contra o capitalismo em New York sem cabimento, TRABALHA VAGABUNDO. TAH INSATISFEITO VAI PRA CUBA VENEZUELA CHINA CORÉIA DO NORTE. SOME!!!!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Prólogo da beatificação da princesa Isabel

O arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, recebeu ontem, dia 19 de outubro, o pedido formal de abertura do processo de bem-aventurança e beatificação da princesa Isabel.
O Prof. Hermers Rodrigues Nery, acompanhado de seu filho, João Victor, 12 anos, entregou-lhe uma carta formalizando o pedido, e apresentou os argumentos e justificativas para a abertura do processo. No encontro, esteve presente o príncipe Dom Antonio João de Órleans e Bragança, da casa Imperial do Brasil.
Dom Orani explicou que como primeira providência deverá ir até a Arquidiocese de Paris, dado que a princesa Isabel faleceu na França, em 14 de novembro de 1921. Feito isso, será constituída uma Comissão para o início dos estudos e pesquisas, sob a supervisão do beneditino Dom Roberto Lopes.
A carta com o pedido foi assinada pelo prof. Hermes Rodrigues Nery, coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida e Movimento Legislação e Vida, da Diocese de Taubaté, e Mariângela Consoli de Oliveira, secretária-Executiva da Associação Nacional pró-Vida e Pró-Família, com sede em Brasília (DF).
Leia com exclusividade a carta entregue a Dom Orani, escrita ao som da “Alma Redemptoris Mater“, de Palestrina.
***
São Bento do Sapucaí, 19 de outubro de 2011
À Vossa Excelência Reverendíssima
DOM ORANI JOÃO TEMPESTA
DD. Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro
“Mas meu coração é o mesmo para amar minha pátria e todos aqueles que nos são tão dedicados”.
Princesa Isabel do Brasil, durante o exílio

Com efusiva alegria lhe escrevemos, agradecendo desde já a acolhida, neste dia em que a Igreja celebra a festa de São Pedro de Alcântara (+ 1572), para solicitar-lhe de modo muito especial a abertura do processo que permita declarar serva de Deus a Princesa Isabel do Brasil (1846-1921), para posteriormente alcançar a sua beatificação. Seu exemplo de vida, que exigiu coerência e coragem em momento decisivo da nossa história, especialmente no difícil campo político, pode servir de referência aos que hoje sentem-se tentados ao desânimo, ao ceticismo e ao indiferentismo, ou pior ainda, aos que não se empenham mais aos sacrifícios necessários no exercício de funções públicas, tendo em vista o verdadeiro bem comum. Preparada desde cedo para ser rainha do Brasil, quis a Providência que exercesse a Regência por três p eríodos, e como governante mulher, zelosa de suas prerrogativas e deveres, empenhou-se vivamente para liquidar de vez no Brasil, a ignominiosa escravidão. Ao assinar a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, seu nome fulgurou glorioso na história nacional.
Testemunharam os que conviveram com ela, o vigor límpido de seu caráter, seu autêntico patriotismo, a sensibilidade na busca de soluções efetivas que dessem ao Brasil condições a um desenvolvimento social pautado nos princípios e valores do humanismo integral, para corrigir distorções e abusos que atentassem contra a dignidade da pessoa humana, refletindo em ações concretas o que Leão XIII imprimiria em sua memorável Rerum Novarum. Quando as circunstâncias exigiram dela uma tomada de posição, ousou correr riscos em defesa dos fragilizados, decidindo em favor daqueles que mais necessitavam um olhar compassivo, tomando decisões que refletiram um desejo sincero e profundo de melhoria conjuntural para viabilizar um panorama social brasileiro menos perverso. “Carinhosa ao extremo, devotada à família, ela q ueria que todas as mães sentissem a ventura de se verem livres para melhor se dedicarem aos seus entes queridos. Vibrava nela, de modo intenso, o sentimento da solidariedade cristã”1 Nesse sentido, teve percepção do momento histórico em que viveu e não protelou os encaminhamentos necessários, agindo com firmeza, enfrentando resistências e dissabores, sem deixar de ser fiel às suas convicções humaníssimas e cristãs, ciente de que “todo cristão, no curso de sua vida, deve fazer frente a situações que exigem opções fundamentais, que comprometem até o fundo a sua caridade para com Deus e para com os homens, oferecendo-lhe, assim, a oportunidade de praticar a virtude de modo heroico”.2
No momento em que se viu com o destino da Nação em suas mãos, não recuou diante das dificuldades. A hora requeria muito mais que discursos em tribuna, mas a energia e a coragem para o bem. No tocante à abolição, “a herdeira do trono não era uma mulher só de palavras. Organizava festividades com o intuito de angariar fundos para diversos grupos abolicionistas – ela mesma contribuía financeiramente – possuía papel de destaque na Comissão Libertadora, protegia escravos fugitivos e apoiava quilombos abolicionistas, no que era apoiada por seu marido, o Conde d’Eu.”3 Enquanto muitos dissimulavam e evitavam as questões incômodas, ela olhou de frente e decidiu para o bem de todos. Não apenas na questão magn a de sua vida – a emancipação dos escravos – mas também nos fatos corriqueiros do cotidiano, expressava uma dulcíssima benevolência, marcante de sua personalidade de temperamento forte, mas magnânimo, com uma “ternura mesclada à bondade sem limites e capaz dos mais assinalados sacrifícios”.4 Tinha consciência de que a sua condição de herdeira do trono brasileiro (cujo sangue descendia do cristianíssimo São Luiz), a levava a procurar na sobriedade e na generosidade um exemplo de conduta digna dos valores da sua fé cristalina. Machado de Assis ao descrever numa crônica publicada no Diário do Rio de Janeiro a sua festa de casamento, observou: “Uma das coisas que fez mais efeito nesta solenidade foi a extrema simplicidade com que trajava a noiva imperial”.5
Da Princesa Isabel, conta-nos um de seus principais biógrafos:
Ela “herdou do avô nítidos traços do seu temperamento, em que se condicionam a maneira forte de querer, a liberalidade dos sentimentos e o gênio voluntarioso. Sua impetuosidade e a desenvoltura dos gestos corajosos e enérgicos, são ainda atributos que lhe vieram do avô, como do avô era a sua natureza comunicativa, alegre, expansiva, donde o seu gosto pelas festas, pelas reuniões cheias de vozes e movimento. Bem educada e instruída, coisas que faltaram ao avô, era correta nos seus modos convenientes, geridos por seu alto senso de moralidade. Destemida, tinha ela a coragem e mesmo o desassombro de colocar, sem subterfúgios, o que aprazia os seus sentimentos acima dos preconceitos da época. Daí ter, certa feita, religiosa que era, chegado a ajudar suas criadas na lavagem de uma igreja, vassoura em punho, sem se lhe dar com a estranheza que isto causara em muitas pessoas, inclusive nos meios políticos. Franca e leal para consigo mesma, jamais faltara aos seus compromissos morais e sociais. Caracterizava-a, distintamente, a firmeza de convicção e a indomabilidade que sempre pusera à prova, quando se decidia por alguma coisa, e de que são exemplos frisantes a preferência dada ao médico francês que a assistiu nos seus partos e a sua sanção à lei que aboliu a escravidão no país.”6
E acrescenta:
A princesa tivera uma infância bem cuidada: (…) A religião lhe penetrara o espírito e lhe abrira as portas amplas de um mundo de meditações utilíssimas, notadamente para a vida de uma mulher de sua condição, do seu porte, do seu gênio impulsivo, de sua voluntariosidade. De caráter firme e impoluto, animada que sempre fora de um sentimento de dignidade incorruptível, jamais abandonaria ela os hábitos e os exemplos da infância e da mocidade, fruídos no sadio e austero ambiente paterno, de tanta respeitabilidade e tão em harmonia com o seu feitio religioso, aprimorador de sua moral. De tal sorte lhe foi atuante e benéfica a educação recebida que, ao formar o seu lar, timbrara em prosseguir nos mesmos passos palmilhados na infância, tratando a todos com doçura e afabilidade. Não tinha, como a Imperatriz ta mbém não tinha, nem protegidas nem validas. Diz Heitor Lyra: ‘Se cultivavam um círculo restrito de amigas, com as que têm aliás todo o mundo, de uma forma meramente pessoal e privada, não lhes faziam , mesmo a estas, outras concessões que não fossem a de um puro sentimento de amizade franca e desinteressada, de parte a parte, que se refletia apenas no círculo caseiro do Palácio, sem nenhum alcance lá fora, na política ou na administração, mesmo nas dependências do Paço’. Foi virtuosa por índole e convicção. E como o avô, possuía uma qualidade admirável: não guardava rancor de pessoa alguma. Foram ambos, medularmente nobres”.7
E ainda:
Do pai, por exemplo, herdara, a generosidade, a desambição, sobretudo o desapego ao dinheiro e aos bens materiais (…) Já a ânsia da caridade, o sonho de contribuir para a felicidade do próximo, a religiosidade, vieram-lhe da mãe, piedosa e mansa por excelência.” 8
Como esposa e mãe deu exemplos admiráveis de fidelíssima amorosidade. Dedicada, sempre presente, preocupada com todos, com mais de cinquenta anos de sólida vida matrimonial na rocha da fidelidade aos princípios e valores cristãos. “Se formosa não era, possuía uma alma digna de ser muito amada”.9 Na véspera de suas núpcias, anotou: “Confessamos e comungamos, de manhã. Deus faça que sempre viva feliz com o meu amado Gaston, como espero e creio”.10 E foi, de fato, um casamento regado com afetuosidade mútua, correspondência volitiva, daquele respeito e até admiração que um nutria pelo outro, e de uma força unitiva especialmente nas horas mais difíceis de privação e provação, como vividas na guerra do Paraguai, e a injustiça do longo exílio, que a fez morrer distante do País que tanto amava e que tanto quis trabalhar pelo seu bem.
Muita apreensão lhe causou a guerra do Paraguai, em que o despótico caudilho Solano Lopez desejava desposar uma das filhas de dom Pedro II. Com o agravamento da saúde de Luiz Alves de Lima e Silva, posteriormente Duque de Caixas, foi o Conde d’Eu chamado a ocupar o comando da guerra, na pior fase do conflito. “Ao faltar o esposo tudo lhe faltava, o abandono em que ficou foi doloroso”.11 (…) Tinha-se habituado tanto a viver junto a ele, sempre com ele e para ele, que a sua ausência mormente naquele transe, a desalentava”.12 Mas o dever era um imperativo. “Ele, cioso da condição que o seu casamento imp unha e desejoso de ajudar o Brasil, não pensava senão em demandar o campo de batalha, à frente de nossas frentes militares”.13 Sofreu então Isabel a angústia de ver o marido partir para a guerra, quando tudo estava tão incerto. E o esposo aceitou com prontidão a difícil missão.
A vitória brasileira, em março de 1870, confirmou o sentimento de dever cumprido, cabendo ressaltar que “nem de leve cogitamos de impor tributos de vitória a nenhuma povoação ou cidade tomada, nem recolhemos indenização alguma do Paraguai, numa inequívoca demonstração de que lutamos contra o algoz que nos afrontou e agrediu, e não contra o seu povo, digno de todo o respeito e admiração pelos sofrimentos que enfrentou.”14 Dignidade no comando reconhecida até pelos adversários. “Sob as galas da vitória, o regresso de Gastão de Órleans foi festejado com entusiasmo. (…) Feliz, imensamente feliz estava a princesa Isabel ao ter novamente o esposo ao lado.”15 Em uma de suas viagens empreendidas à Europa, com seu esposo, é significativo destacar seu encontro pessoal com Dom Bosco, em maio de 1880.
Mas foi sem dúvida a abolição que a elevou em nossa história, porque sua atuação como governante foi decisiva para o êxito definitivo de uma causa que até hoje toca tão profundamente a alma do povo brasileiro.
“A princesa Isabel, que sabia do interesse que o seu pai nutria pela emancipação dos que viviam sob o guante da escravidão, a mourejar nas usinas e fazendas, secundava-o nas simpatias pela solução de tão grave problema social, vindo dos longes de nossa colonização. No fundo, talvez nem ela própria soubesse porque, possuindo um trono, mimada por todos desde o nascimento, e, pois, totalmente distante da dolorosa realidade escravista, condoía-se tanto por aqueles que não tinham sequer um travesseiro de sua propriedade sobre que pudessem descansar a cabeça para adormecer sob a exaustão do trabalho servil. Era entretanto a piedade cristã, que lhe falava alto ao coração; era a sua sensibilidade religiosa, que a fazia colocar os postulados da liberdade acima de todas as conveniências político-econômicas, e o ansei o de ver o Brasil elevado social e moralmente perante as nações isentas do escravismo. (…) E Isabel, comungando dos sentimentos do pai e do esposo, não se conformava com o regime escravocrata, razão porque não ocultava suas preferências pelo abolicionismo. Dessa posição advieram-lhe acerbas e injustas campanhas das áreas escravistas. Mas como recorda o cônego Manfredo Leite, (…) ‘é mister reconhecer que o manancial onde se lustrou toda essa perfeição moral de d. Isabel, e onde ela hauriu essas energias para as fecundidades da sua bondade e da sua generosidade, foi incontestavelmente a pureza dos princípios cristãos, aos quais tanto se afeiçoou e com os quais se identificou sua larga existência, ora calma e deslisando na amenidade, ora batida pelas tribulações e agitada pelos infortúnios, que põem sobre a sua fronte uns toques dessa beleza dos mártires’” 16
Em 300 anos, de 1550 a 1850 (quando foi promulgada a Lei Eusébio de Queiroz), “segundo a incontestada autoridade de Silvio Romero, nada menos de doze milhões de escravos africanos foram trazidos pelo tráfico às nossas plagas”17. O abolicionismo foi uma daquelas grandes idéias-força (lançada em 1758 pelo advogado baiano Manuel da Rocha), que tomam uma tal proporção, “que uma vez surgidas não param mais, no decurso do tempo, até sua conversão em ato”.18 Isabel foi quem tornou em ato essa grande idéia-força, que custava por se concretizar, devido a resistência dos que ainda queriam viver de um sistema sócio-econômico de cruel abuso de poder. Afinal, os traficantes enriquecidos exerciam muita influência e grandes proprietários fizeram de tudo para retardar o fim da escravidão. Temia-se inclusive a convulsão social, incitamentos e explosões de violência, pois Isabel não desejava repetir aqui os embates de uma guerra civil sangrenta, em episódios traumáticos como ocorreram nos Estados Unidos da América. Teve pouco tempo à frente do País, numa hora grave e decisiva, e teve de agir com sabedoria e determinação. A abolição era uma grande idéia-força que precisava ser concretizada sem derramamento de sangue. Este foi um dos desafios políticos do Segundo Reinado, por isso dom Pedro II estimulou o gradualismo do movimento abolicionista, e Isabel evitou postergar o que há muito já devia ter sido feito, e com sua precisão e coragem política soube fazer história. Pagou caro por isso, perdendo a coroa, que tanto havia se preparado para honrá-la, mas ganh ou mais do que isso: a glória de em vida ser chamada de Redentora, mesmo tendo que amargar um injustíssimo ostracismo, longe daqueles que tanto amava.
Temia-se que a abolição da escravatura provocasse graves distúrbios, falência da produção cafeeira, desordem pública, etc. Mas contra tais argumentos, vozes patrióticas, como as de Joaquim Nabuco, entre outros, de excelso valor ético e cívico, se ergueram para demonstrar com fatos, que a abolição significaria a condição imprescindível para o progresso social brasileiro. Muitos abolicionistas eram vistos como idealistas. “A raça negra nos deu um povo!” Bradou a voz de Nabuco, ecoando por toda a Nação esta verdade incontestável. E acrescentou: “Ela construiu o nosso País!”
No momento em que a Princesa Isabel assumiu o governo, sabia que não devia fraquejar diante daquela questão tão candente, que se arrastava por décadas, cuja solução era desejada por seu pai, o Imperador, mas que dependia de deliberação da Câmara e do Senado, e não era tão fácil assim decidir, porque a pressão contrária muito forte poderia colocar em risco sua própria vida e a da própria Monarquia brasileira. Com a sua decisão em cortar de vez aquele nó górdio que maculava o Brasil, “os republicanos entraram paralelamente em campo, dispostos a solapar o regime monárquico”.19 O barão de Cotegipe sugeriu à Regente “manter-se neutra, nessa questão, como a rainha Vitória”. 19 O que Isabel não aceitou, recordando assim, dessa forma, o que nos lembra a severa afirmativa de Dante Aleghieri: “Os lugares mais quentes do inferno são destinados aos que, em tempo de grandes crises, mantêm-se neutros.”.
Com um gabinete tão hostil, a demissão do ministério foi inevitável, “diante da firmeza da Regente”.20 E assim foi possível chegar ao 13 de maio festivo, em que por meio de uma subscrição popular foi oferecida à Princesa Isabel a pena de ouro para a assinatura da Lei da Abolição.
Isabel alegre, satisfeita, feliz, toma o barão de Cotegipe pelo braço, leva-o à janela de onde por vezes contemplava a praça, hoje 15 de novembro, e mostrando-lhe a multidão em delírio, pergunta-lhe a voz afável e doce: / – Então, sr. Barão. V. Excia. acha que foi acertada a adoção da lei que acabo de assinar? / Cotegipe, que podia iludir-se e exagerar, como se iludiu e exagerou nas calamitosas previsões do efeito dessa lei, mas que tinha muito de clarividente, fita-a com carinho e responde-lhe, profético: – Redimistes, sim, Alteza, uma raça; mas perdestes vosso trono…”21
Ela que também havia sancionado a Lei do Ventre Livre (em 28 de setembro de 1871, a histórica “sessão das flores”), no período de sua primeira regência, havia sido coroada com a glória da Lei Áurea, e, em seguida, com a proclamação da República, a sofrer o banimento no estrangeiro.
“No exílio a que foi forçada e onde passou, impiedosamente, o resto da sua existência, que se prolongou por 32 anos sem poder rever sua terra e sua gente, experimentou ela, principalmente no começo, os mais rudes golpes que lhe alancearam o coração. Primeiro, o desaparecimento da mãe estremecida; logo a seguir o pai a quem verdadeiramente adorava. Pouco depois, a perda de todos os seus bens imóveis, transferidos sem remuneração alguma para o patrimônio nacional, exatamente quando mais necessitava de recursos financeiros em terras estranhas; quase três anos adiante, uma nova nota plangente era vibrada na pauta do seu destino: o duque de Nemours, seu sogro, falecia no mesmo apartamento do Hotel des Réservoirs, em Versalhes, onde o Imperador se hospedara antes. Paradoxalmente, porém, se a morte do duque enlutou a alma do casal d’Eu, o triste evento veio desafogar-lhe os dias carentes, terrivelmente críticos, tornando-os menos sombrios e até mais confortáveis. Isso porque , no ano seguinte ao do seu desaparecimento, passou ao conde d’Eu a plena posse da casa em que havitavam em Bolonhe-sur-Seine e pouco mais tarde, também a do histórico castelo d’Eu, onde passaram a residir pelo resto de suas vidas”.
Talvez nenhuma outra figura política brasileira viveu tanto tempo privada de seus direitos mais legítimos, pois a República lhe banira tudo. E a cada ano que passava no exterior e a idade avançava, apertava-lhe a dor da saudade, das manhãs luminosas do Corcovado, da sua cidade natal, cuja data de seu batismo coincidiu com o triste 15 de novembro, até despedir-se de vez deste mundo, muito próximo também a esta data, um dia antes, em 14 de novembro de 1921. Exílio muito penoso, porque foi uma viagem sem volta. Um desterro em condições muito humilhantes, que se prolongou até o final de sua vida. Mesmo o seu pai, que governou por durante por mais de 40 anos o Brasil, morreu como um hóspede num quarto de hotel, em Paris.
“E o mais singular é que, à medida que o tempo ia passando, mais na princesa se acentuava este traço característico do pai: quanto maior era a saudade que a pungia, maiores eram o carinho e a dedicação que consagrava aos brasileiros. Possuída cada dia mais de uma grandeza de alma que se refletia na suavização cada vez maior do semblante , dir-se-ia ter passado a viver melhor quando se viu desenganada de reconquistar para ela, ou para o filho, o trono que lhe fora destinado ao nascer. Atingida, finalmente, a conformidade, que tanto lhe custou a aceitar, diariamente se encaminhava para a capela do seu castelo, e, joelhos no pequeno genuflexório colocado em frente ao altar, orava para que o Brasil fosse bem sucedido e Deus se servisse de guardar as instituições que o engrandecessem no futuro. Curiosa nobreza de sentimentos cívicos, que a fazia cada vez mais devotada à sua terra e sua gente”.23
Sobre como a princesa Isabel suportou a dureza de seu longo exílio, escreveu Assis Chateaubriand:
“Apagada a sua estrela política, depois de vencida a tormenta da abolição, ela não tinha a expressão dura, uma palavra amarga para julgar um fato ou um homem do Brasil. No mais secreto do seu coração, só lhe encontrávamos a indulgência e a bondade, e este espírito de conduta, esse desprendimento das paixões em que se viu envolvida, era a maior prova de fidelidade, no exílio, à pátria distante. Mais de trinta anos de separação forçada não macularam a alvura dessa tradição de tolerância, de anistia dos agravos do passado, que ela herdara do trono paterno.” 24
Isabel sabia que “um rei cristão tem por função sobretudo (…) governar bem o seu reino, cuidar tanto de seu corpo físico como de seu corpo político e permanecer entre seus súditos”.25 Foi o que procurou fazer nos períodos de sua Regência, e daí a sua dor de não poder permanecer entre os seus, mas mesmo de longe, o seu olhar e o seu coração estavam voltados para o Brasil. No exílio, ela se portou com a dignidade de Imperatriz do Brasil, cujos sofrimentos a purificou, e em todos os momentos permaneceu solícita aos muitos brasileiros que a procuravam e a amavam
A Princesa Isabel reinou, verdadeiramente, foi no exílio. Aí é que a sua realeza excede o principado político das regências que lhe couberam por motivo das viagens do Imperador à Europa. Ali é que ela surge diante da posteridade com o perfil de uma autêntica Rainha’. Razão por que, ‘todos os brasileiros, pretos e brancos, deveriam ter o culto dessa Rainha de doçura e de bondade. Eu abençoo os que a baniram, porque foi no exílio que ela deu toda a medida da majestade e da magnanimidade do seu coração. Ela viveu no desterro como símbolo da fraternidade, com afirmação da Pátria, acima dos partidos e dos regimes. Debaixo da sua meiguice, da sua adorável simplicidade, quanta fortaleza de caráter, quanto heroísmo, quantas obras valorosas!”26
Caríssimo Dom Orani,
Muito teríamos a dizer ainda sobre as virtudes santificadoras da Princesa Isabel, que merecem serem melhor estudadas e conhecidas, porque nesses 90 anos decorridos de sua morte, ao longo do século XX e começo deste século, as sombras ideológicas que dominaram o cenário cultural e político do Brasil tudo fizeram para encobrir o perfume e a luz desta vida radiosa em nossa história, e que hoje pensamos ser possível fazer justiça.
Nesse sentido, solicitamos a Vossa Reverendíssima, a nomeação de um prelado da vossa Arquidiocese para ser o postulador desta causa, que certamente permitirá aos brasileiros conhecerem melhor e a amar mais aquela que muito fez pelo bem do nosso País. Não temos dúvida, de que o acesso aos documentos, às fontes históricas, revelarão uma vida edificante que muito motivará aos brasileiros e de modo especial aos fiéis católicos, a perseverarem na esperança de seguir o caminho de verdade e vida proposto por Nosso Senhor Jesus Cristo, via certa da salvação. E que a Virgem Maria Santíssima, Mãe de Deus e Rainha do Céu, interceda por esta causa, para o bem de todos.
Gratíssimos!
Prof. Hermes Rodrigues Nery
Coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida – Movimento Legislação e Vida
Diocese de Taubaté
Mariângela Consoli de Oliveira
Secretária-Executiva
Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família
Brasília – DF
Fonte:http://diasimdiatambem.com
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