Qui, 15 Abr, 08h27
Às vésperas de completar 80 anos, a estátua do Cristo Redentor foi pichada pela primeira vez. Os criminosos escreveram frases por todo o monumento, como "onde está a engenheira Patrícia?" e "quando os gatos saem, os ratos fazem a festa". O prefeito Eduardo Paes informou que a limpeza já começou e levará dois dias. Ele classificou o ataque de "crime de lesa-pátria".
As inscrições foram descobertas quando a ministra do Meio Ambiente, Izabella Mônica Vieira Teixeira, e o prefeito sobrevoaram o Parque Nacional da Tijuca, que teve 283 pontos de deslizamento na última chuva. Os vândalos subiram pelos andaimes que cercam a estátua, para uma obra de restauro prevista para durar dois meses, e picharam principalmente braços, peito e rosto. "Nós vamos descobrir o responsável pelo ataque. É inadmissível que no momento que a cidade está passando, alguém pense em fazer uma coisa destas", afirmou o prefeito.
De acordo com o chefe do Parque Nacional da Tijuca, Bernardo Issa, as oito câmeras que filmam a parte alta do monumento estão fora do ar desde o temporal da semana passada. A segurança no Cristo é feita por uma empresa particular, mas os agentes não perceberam a movimentação. "A área é muito grande. E nós não esperávamos uma ação covarde como esta", afirmou Issa. Desde hoje, guardas florestais reforçam a segurança.
O delegado regional executivo da Superintendência da Polícia Federal no Rio, Nivaldo Farias de Almeida, determinou que uma equipe da delegacia de Meio Ambiente e peritos fosse ao Cristo Redentor verificar as pichações feitas na estátua, patrimônio tombado. A Polícia Civil também investiga o caso.
Antônio Celso Franco, pai da engenheira Patrícia Franco, desaparecida desde junho de 2008, ficou estarrecido por terem usado a mesma frase que a família cunhou nas manifestações em que pedia rapidez nas investigações sobre o caso. "Isso não é protesto, é ato de vandalismo. Nossa família jamais faria isso nem nenhum dos nossos amigos. Repudiamos esse tipo de atitude", afirmou.
O Cristo já havia sido alvo de pichadores em novembro de 1991. Dois paulistas de 17 anos fizeram inscrições na base do monumento, sem atingir, no entanto, as pastilhas de pedra sabão que recobrem a estátua. À época, investigação da Guarda Municipal apontava que a ação tinha se originado numa aposta entre gangues de pichadores.
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