terça-feira, 26 de julho de 2011

Visita da maravilhosa Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima

Paulo Roberto Campos
Entre os dias 16 e 19 p.p., o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira teve a honra de receber em sua sede na capital paulista a Imagem Peregrina Internacional de Nossa Senhora de Fátima (foto ao lado), proveniente dos Estados Unidos.
Numa igreja da cidade de New Orleans, a imagem milagrosamente verteu lágrimas em julho de 1972 — exatamente há 39 anos.
A foto abaixo em preto e branco, publicada naquele ano em jornais do mundo inteiro, registra um momento da lacrimação, presenciada por muitos fiéis. As lágrimas foram posteriormente analisadas meticulosamente (vide artigo abaixo).
Essa imagem foi esculpida em cedro brasileiro sob a orientação da Irmã Lúcia, uma dos videntes de Fátima, que descreveu ao escultor as feições da Santíssima Virgem por ocasião das aparições de 1917 na Cova da Iria.
“A fisionomia de Nossa Senhora foi a resposta”
Após alguns abençoados dias de veneração na sede Instituto Plinio Corrêa de Oliveira — durante os quais a presença de Nossa Senhora como que se fez sentir através da imagem que a representa [foto à direita] —, soou a hora do retorno para Washington da maravilhosa Imagem Peregrina. A foto à esquerda capta o momento da despedida no aeroporto de Guarulhos, onde ela ficou exposta por alguns instantes no saguão da ala internacional. Numerosas pessoas, presentes no aeroporto, aproximaram-se dela para rezar e tirar fotografias. Alguns comentaram sua extraordinária e belíssima expressão, através da qual Nossa Senhora parecia falar interiormente a cada um dos circunstantes.
Dentre as repercussões colhidas no aeroporto, citemos uma muito significativa: Uma senhora chorava. Ela contou a um amigo que estava para abandonar a Igreja Católica, mas “a fisionomia da imagem de Nossa Senhora foi a resposta que esperava”. E assim, resolutamente, tomou a nobre decisão de permanecer católica.
A mãe que, não tendo mais o que dizer, chora
A respeito do pungente pranto ocorrido em New Orleans, Plinio Corrêa de Oliveira publicou na “Folha de S. Paulo” (6-8-1972) um memorável artigo, intitulado “Lágrimas, Milagroso Aviso”, explicitando o significado dessa lacrimação da Virgem Santíssima. Ei-lo na íntegra:
LÁGRIMAS, MILAGROSO AVISO
A “Folha de S. Paulo” de 21 de julho de p.p. [1972] publicou uma fotografia procedente de Nova Orleans, na qual se via uma imagem de Nossa Senhora de Fátima a verter lágrimas. O documento despertou vivo interesse no público paulista. Penso, pois, que algumas informações sobre este assunto satisfarão os justos anelos de muitos leitores.
Não conheço melhor fonte sobre a matéria do que um artigo intitulado, muito americanamente, “As lágrimas da imagem molharam o meu dedo”. Seu autor é o Pe. Elmo Romagosa. Publicou seu trabalho o “Clarion Herald” de 20 de julho p.p., semanário de Nova Orleans, e distribuído em onze paróquias do Estado de Louisiana.
Os antecedentes do fato são conhecidos. No ano de 1917, Lúcia, Jacinta e Francisco tiveram várias visões de Nossa Senhora em Fátima. A autenticidade dessas visões foi confirmada por vários prodígios no sol, atestados por toda uma multidão reunida enquanto a Virgem se manifestava às três crianças.
Em termos genéricos, Nossa Senhora incumbiu os pequenos pastores de comunicar ao mundo que estava profundamente desgostosa com a impiedade e a corrupção dos homens. Se estes não se emendassem, viria um terrível castigo, que faria desaparecer várias nações. A Rússia difundiria seus erros por toda a parte. O Santo Padre teria muito que sofrer.
O castigo só seria obviado se os homens se convertessem, se fosse consagrada a Rússia e o Mundo ao Imaculado Coração de Maria e se se fizesse a Comunhão reparadora dos primeiros sábados de cada mês.
Isto posto, a pergunta que naturalmente salta ao espírito é se os pedidos foram atendidos.
Pio XII fez, em 1942, uma consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria. A Irmã Lúcia asseverou que ao ato faltaram algumas das características indicadas por Nossa Senhora. Não pretendo analisar aqui o complexo assunto. Registro apenas, de passagem, que é discutível se o primeiro pedido de Nossa Senhora foi atendido, ou não.
Quanto ao segundo pedido, isto é, a conversão da humanidade, é tão óbvio que não foi atendido, que me dispenso de entrar em pormenores.
Como Nossa Senhora estabeleceu o atendimento de seus pedidos como condição para que fossem desviados os flagelos apocalípticos por Ela previstos, está na lógica das coisas que baixe sobre a humanidade a cólera vingativa e purificadora de Deus, antes de vir a nós a conversão dos homens e a instauração do Reino de Maria.
Sob a direção imediata da irmã Lúcia, um artista esculpiu duas imagens, que correspondem quanto possível aos traços fisionômicos com que a Santíssima Virgem apareceu em Fátima. Ambas essas imagens, chamadas “peregrinas”, têm percorrido o mundo, conduzidas por sacerdotes e leigos. Uma delas foi levada recentemente a Nova Orleans. E ali verteu lágrimas.
O Pe. Romagosa, autor da crônica a que me referi, tinha ouvido falar dessas lacrimações pelo Pe. Breault, ao qual está confiada a condução da imagem. Entretanto, sentia ele funda relutância em admitir o milagre. Por isto, pediu ao Pe. Breault que o avisasse assim que o fenômeno começasse a se produzir.
O Pe. Breault, notando alguma umidade nos olhos da imagem, no dia 17 de julho, telefonou ao Pe. Romagosa, o qual acorreu junto à imagem às 21:30, trazendo fotógrafos e jornalistas. De fato, notaram todos alguma umidade nos olhos da imagem, que foi logo fotografada. O Pe. Romagosa passou então o dedo pela superfície úmida, e recolheu assim uma gota do líquido, que também foi fotografada. Segundo o Pe. Breault, esta era a 13ª lacrimação da imagem.
Às 6:15 horas da manhã seguinte, o Pe. Breault telefonou novamente ao Pe. Romagosa informando-o de que desde as quatro horas da manhã, a imagem chorava. O Pe. Romagosa chegou pouco depois à Igreja, onde, diz ele, “vi uma abundância de líquido nos olhos da imagem, e uma gota grande de líquido na ponta do nariz da mesma”. Foi essa gota, tão graciosamente pendente, que a fotografia da “Folha de S. Paulo” mostrou a nosso público.
O Pe. Romagosa acrescenta que vira “um movimento do líquido enquanto surgia lentamente da pálpebra inferior”.
Mas o Pe. Romagosa queria eliminar dúvidas. Notara ele que a imagem tinha uma coroa fixada na cabeça por uma haste metálica. Ocorreu-lhe uma pergunta: não haveria sido introduzida, no orifício em que penetrava a haste, certa porção de líquido que depois escorrera até os olhos da imagem?
Cessado o pranto, o Pe. Romagosa retirou a coroa da cabeça da imagem: a haste metálica estava inteiramente seca. Introduziu ele, então, no orifício respectivo, um arame revestido de papel especial, que absorveria forçosamente todo líquido que ali estivesse. Mas o papel saiu absolutamente seco.
Ainda não satisfeito com tal experiência, o Pe. Romagosa introduziu no orifício certa quantidade de líquido. Sem embargo, os olhos se conservaram absolutamente secos. O Pe. Romagosa voltou então a imagem para o solo: todo o líquido introduzido no orifício escorreu normalmente. Estava cabalmente provado que do orifício da cabeça — único existente na imagem — nenhuma filtração de líquido para os olhos seria possível.
O Pe. Romagosa ajoelhou-se. Enfim ele acreditara.
O misterioso pranto nos mostra a Virgem de Fátima a chorar sobre o mundo contemporâneo, como outrora Nosso Senhor chorou sobre Jerusalém. Lágrimas de afeto terníssimo, lágrimas de dor profunda, na previsão do castigo que virá.
Virá para os homens do século XX, se não renunciarem à impiedade e à corrupção. Se não lutarem especialmente contra a autodemolição da Igreja, a maldita fumaça de Satanás, que no dizer do próprio Paulo VI, penetrou no recinto sagrado.
Ainda é tempo, pois, de sustar o castigo, leitor, leitora!
“Mas — dirá alguém — esta não é uma meditação própria para um ameno domingo”. Não é preferível — pergunto — ler hoje este artigo sobre a suave manifestação da profética melancolia de nossa Mãe, a suportar os dias de amargura trágica que, a não nos emendarmos, terão que vir?
Se vierem, tenho por lógico que haverá neles, pelo menos, uma misericórdia especial para os que, em sua vida pessoal, tenham tomado a sério o milagroso aviso de Maria.
É para que minhas leitoras, meus leitores, se beneficiem dessa misericórdia, que lhes ofereço o presente artigo…
Plinio Corrêa de Oliveira
“Folha de S. Paulo”, 6-8-1972
P.S.: Outro artigo de Plinio Corrêa de Oliveira sobre a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, intitulado “PEREGRINADO DENTRO DE UM OLHAR”, encontra-se disponível no seguinte link:
http://www.pliniocorreadeoliveira.info/FSP%2076-11-12%20Peregrinando.htm

Fonte:IPCO

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