sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O brasileiro, a política e os políticos

Plinio Corrêa de Oliveira

“O povo brasileiro se destacou, desde as origens, por seu caráter ameno, afetivo e cordato. Ademais, habituou-se ele a considerar com otimismo as várias crises econômicas por que tem passado. Ele confia em Deus (Deus é brasileiro — afirma um velho dito popular). Ele sente-se inteiramente à vontade no seu imenso e fecundo território, que sua população [191 milhões de habitantes, em 2009] não basta para encher e cultivar. Seria preciso que os homens públicos fossem de uma incompetência sem precedentes na História, para levá-lo definitivamente à miséria. Com jeitinho (o jeitinho é uma instituição nacional), bonomia e paciência — julga a imensa maioria dos brasileiros — tudo se arranjará.

O brasileiro é infenso à ansiedade. Detesta as rixas. Cuida pacatamente de si e de sua família, e considera com um olhar algum tanto desinteressado e cético a política e os políticos, bem como os dramas e as polêmicas da vida pública. Encanta-o viver em sua casa, atento principalmente à sua vida e à dos seus.

Em comparação com o imenso contingente populacional assim disposto, publicistas, políticos etc. representam uma minoria que por certo faz ruído, pois está nos postos chaves de onde o ruído se difunde sobre as multidões. Mas essas multidões constituem um povo que pouca atenção dá a tal ruído. Esta é a grande realidade.

Daí decorre, por exemplo, que todos os partidos de esquerda juntos nunca foram e não são capazes de contaminar, com as febricitações da demagogia, a população urbana nem a rural, em seu conjunto”.

FONTE: REVISTA CATOLICISMO

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