segunda-feira, 27 de junho de 2011

Espelhos de uma sociedade sem Deus : O filme "A órfã" e a profanação de nossas crianças.

Texto de Marcelo Wallace Paiva




Há alguns anos atrás um juiz da Vara da Infância e da Juventude (Ciro Darlan) foi alvo de um dos mais sórdidos ataques morais da mídia brasileira (especializada em ataques sórdidos).
O motivo : O juíz buscava uma maior fiscalização nos limites da atuação de uma certa atriz mirim que atuava com razoável protagonismo em uma telenovela nacional. 
Os argumentos do juiz eram que a carga de trabalho, o ambiente adulto e a exposição da profissão eram incompatíveis com as necessidades daquela criança ou mesmo de qualquer outra.
Os “bem pensantes” da nação classificaram a preocupação do juiz como espúria, como um ato malicioso para obtenção de visibilidade. Os críticos mais brandos classificavam o juiz apenas como um idiota. 
Os mesmos “formadores de opinião” classificavam a experiência de uma criança atriz como favorável ao bom desenvolvimento infantil, já que a criança estaria envolvida em uma ambientação lúdica.
Contudo, os mesmos “intelectuais” não hesitariam em classificar como espúria a experiência de crianças trabalhando em propriedades rurais, mesmo que desempenhando funções proporcionais a idade, mesmo atuando em favor e sob supervisão dos pais. 
Neste caso, não vale a historia de que a criança “trabalha brincando”. Não... Neste caso temos “exploração infantil”, “trabalho escravo”, crianças tendo “suas infâncias roubadas”.
Vejamos a lógica : Se uma família coloca o seu filho de 12 anos para lavar o quintal, os pais em questão vão ser facilmente caracterizados como "maus pais" e seu filho será visto como uma vítima, um escravo. Mas se os pais permitem que seu filho participe de uma peça publicitaria na qual s simule um ato sexual (com participação da criança), isso não é necessariamente ruim, pois a criança está "se divertindo". 
Pois bem.
Há alguns dias assisti ao filme “A orfã”. 
Neste filme, temos atuação destacada de três crianças, entre 14 e 6 anos.
A protagonista do filme é uma menina de uns 13 anos ( a atriz Isabelle Fuhrman). 
Ela faz o papel de uma pessoa doente, muito doente. Ela no filme deseja matar muitas pessoas,deseja fazer sexo com pessoas adultas. Ela mata, tortura (adultos e outras crianças), e tenta seduzir sexualmente um homem.
Tudo isso é “fantasia”. Ok, mas é próprio para uma criança de 12 , 14 anos fantasiar isso ? Reproduzir essa fantasia de forma a parecer real ? É possível preservar a infantilidade de uma criança que deve fazer parecer real tudo isso ?
Alguém aqui pode dizer que uma criança ocidental de 14 anos já não é uma criança, mas sim uma adolescente.
Ok, então para uma adolescente vale a simulação de psicose, assassinato, perversidade, sadismo, e sexo com adultos ?
Obviamente, aqui já não temos nenhuma preocupação de preservar a pureza e inocência desta criança. Na verdade, a sua infantilidade seria um obstáculo sério ao sucesso do “produto”, do filme, da “arte”.
Veja que não estou nem mesmo abordando questões como o ambiente adulto, as horas de trabalho, a repetição, o stress, a responsabilidade, a exposição...Estou aqui apenas tratando do que a “fantasia” do ser ator mirim realiza, em sua condição básica, no elementar da representação.
Como podemos ver a isso e não nos indignarmos ? Como podemos assistir a isso e não perceber que estas crianças estão expostas a uma deformação da sua natureza, e tudo isso para um fim : Ofertar entretenimento !
Como é possível a indiferença diante de algo tão abjeto ?
O leitor deste Cetro Real deve estar a se perguntar : Então não é lícito existirem atores mirins ? Como então teríamos a filmagem de filmes nos quais o enredo exija a participação de crianças?
Quando chegamos a este tipo de questionamento, podemos com mais facilidade compreender o quão distanciada do Cristianismo é a nossa sociedade.
Pois um cristão verdadeiramente instruído em sua fé saberia que nada é mais relevante do que o preservar a pureza de nossas almas em favor de nossa luta por as salvar.
E quando nisso consideramos as nossas crianças, os “anjos” que Deus colocou sob a nossa responsabilidade, nunca poderíamos ter dúvidas sobre o quão malévolo é submeter os pequeninos a profanação de seus espíritos puros, ainda mais em razão de um motivo tão fútil.
Existe uma lógica perversa na campanha midiática contra o trabalho infantil doméstico, conectada com a permissividade em relação a atuação das crianças  cada vez mais jovens na industria do entretenimento (desportos profissionais, dramaturgia, concursos de  beleza, de moda, publicidade...). O objetivo é o garantir a perversão das gerações futuras já antes mesmo da adolescência (o tradicional “carro chefe”), para que os lucros profanos de uma sociedade de consumo, totalmente aparteada de Deus (da idéia mesmo da existência de uma alma imortal em cada ser humano), sejam garantidos e já comercializados o quanto antes.
Recomendo que os leitores deste blog assistam ao filme “A órfã”, sem deixar de lembrar que a protagonista (e as demais crianças) são de fato....Crianças ! Tende imaginar como elas poderão continuar sendo “infantis” depois das filmagens.
Se depois de assistir ao filme você compreender que a “obra de arte” em questão não se distancia muito da prostituição infantil, você não estará exagerando as coisas. Você estará apenas começando a enxergar a verdade.
Quando a mais malévola profanação do que é bom, santo e puro se torna “entretenimento”, nada mais nos falta para que estejamos no inferno.
Que Deus tenha piedade de nós, e salve as nossas crianças de nossa iniquidade. 

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