sábado, 5 de dezembro de 2009

Tribunal europeu proíbe crucifixos, e Itália se insurge .



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O processo de unificação européia revela seu espírito perseguidor e anticristão, e suscita reações populares. Agora foi a vez de os católicos italianos abrirem os olhos e se indignarem.

A Itália reagiu firmemente contra uma sentença do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, de Estrasburgo, segundo a qual a presença de crucifixos nas salas de aula constitui “violação da liberdade dos pais de educar seus filhos segundo suas convicções”, e uma “violação da liberdade religiosa dos alunos.(1) Como revide à absurda sentença, de norte a sul da Itália prefeituras e particulares começaram a instalar mais crucifixos em escolas e locais públicos. Em Varesotto, em resposta à “proibição” de Estrasburgo, um empreiteiro instalou em sua granja um cruzeiro de seis metros de altura.(2) A indignação espraiou-se também por inúmeros ambientes católicos do exterior.

A decisão anticristã é inteiramente consonante com o espírito e as finalidades do processo de unificação europeu. O Tribunal Europeu de Direitos Humanos pertence ao Conselho da Europa, e julga com base na Convenção Européia dos Direitos Humanos, inspirada na filosofia da famigerada Declaração dos Direitos Humanos da Revolução Francesa.

O Conselho da Europa e o Tribunal Europeu de Direitos Humanos não devem ser confundidos com análogos órgãos da União Européia (UE), porém o quase indecifrável labirinto de organismos da UE e do Conselho da Europa faz com que o comum dos europeus os considere uma só e mesma máquina burocrática opaca que tudo invade.

Os povos europeus acompanharam o processo unificador com displicência, ponderando as vantagens materiais que ele trazia. Porém não se convenceram da filosofia e objetivos últimos que o inspiravam. Aliás, nem tomaram conhecimento pormenorizado da existência dessa filosofia, e jamais lhes foi explicado com clareza quais eram tais objetivos.

*Manifestações jubilosas de muçulmanos e ateus;


Adel Smith (foto), presidente da União dos Muçulmanos da Itália, alegrou-se com a “proibição”: “Num Estado laico não se pode oprimir as outras religiões exibindo um símbolo de uma determinada confissão”.

Também manifestou euforia Raffaele Carcano, da União de Ateus e Agnósticos, que comemorou a sentença como “uma grande data para o laicismo italiano”. De fato, foi uma vitória para o ateísmo e o agnosticismo.

Em sentido oposto, multiplicam-se movimentos sadios no país, os quais promovem a entronização de crucifixos em locais públicos, inclusive nas escolas.

*A reação de eclesiásticos;

O jornal milanês relembra que até eclesiásticos desempenharam nessas concessões destacado papel, levando os fiéis a aceitar o processo de unificação européia. Recentemente o episcopado irlandês exortou os católicos a aprovarem o Tratado de Lisboa, ou Constituição Européia, aduzindo que ela garantia suficientemente os direitos religiosos dos católicos... A decisão de Estrasburgo patenteia que tal promessa é apenas uma das fraudes que pavimentam a estrada da unificação européia.

O Cardeal Tarcísio Bertone(foto), Secretário de Estado do Vaticano, declarou aos jornalistas: “Nossa reação não é senão de deploração”. Acrescentou que a cruz sempre foi “símbolo de amor universal, não de exclusão, mas de acolhida(4) Mas observou, logo em seguida, que a “Santa Sé não pode nem quer interferir nas decisões da Corte de Estrasburgo”...


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